O Brasil poderia economizar cerca de R$ 1 trilhão até 2028 com a aprovação da reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal. A informação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra que, com esse montante, seria possível construir 221,6 mil escolas ou 40,7 mil hospitais. Para 2017, a previsão do Tesouro Nacional é de que o déficit previdenciário já fique em R$ 181,6 bilhões.

No ano passado, o governo fechou a conta de quase R$ 150 bilhões de rombo no setor, o que corresponde a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em relatório divulgado recentemente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que até 2050, se o sistema continuar operando da forma como está, o Brasil pode ter 17% do PIB comprometido só para pagar aposentadorias.

“Claro que esses números do relatório são apenas estimativas. Então, não vão acontecer exatamente essas proporções que estão na pesquisa, mas é muito importante observar a tendência desses números. Ou seja, se continuar como está, de fato, o gasto com previdência no Brasil deverá absorver uma proporção muito grande dos gastos”, aposta o especialista em finanças Marcos Melo. Atualmente, ainda segundo o relatório, o País já gasta 9,1% do PIB com pagamento para aposentados, o percentual esperado para os países da OCDE daqui a pouco mais de 30 anos.

Orçamento

Santa Catarina está no pódio dos estados com o maior déficit na Previdência, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2015, o rombo com gastos previdenciários pegou aproximadamente 20% da receita corrente líquida do estado, dinheiro que poderia ser aplicado em outros setores, segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV) Fernando de Holanda Filho. “Na minha ótica, uma escolha de ter uma previdência generosa quer dizer que você está abrindo mão de ter investimento e gastos em outras áreas.”

 

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