Pelo que indicam as pesquisas de opinião pública, atualmente quem lidera é o prefeito do Recife, João Campos. No entanto, o que ainda não está claro nas análises é o papel estratégico das movimentações dos prefeitos aliados — de ambos os lados — que podem influenciar, positiva ou negativamente, os rumos da eleição ao decidir quem apoiar.
O fato é que as pesquisas ainda não refletem um cenário totalmente realista. É sabido que prefeitos costumam pressionar suas bases, especialmente os ocupantes de cargos de confiança, para alavancar seus candidatos, tentando demonstrar força e alcançar a maioria, fortalecendo assim sua imagem como liderança política e administrativa em seus municípios. A história mostra que, especialmente em cidades do interior, o uso da máquina pública tem grande poder de influência, podendo alterar a direção do voto local em favor de seus aliados políticos.
Os chamados cargos comissionados, por sua vez, tendem a seguir seus líderes políticos na tentativa de manter suas posições e benefícios, o que reforça esse movimento nos dois campos que disputam o poder. O jogo político, entretanto, ainda não está totalmente posto. A corrida eleitoral de fato ainda não começou: propostas concretas e debates não ganharam espaço. O momento é de articulações e costuras pré-eleitorais, em que as alianças estão sendo desenhadas nos bastidores.
Por ora, não há uma polarização clara entre partidos A ou B. Vale lembrar o caso de Paulo Câmara, que, mesmo enfrentando uma onda de mídia negativa e pesquisas desfavoráveis durante sua reeleição, saiu vitorioso. Essa narrativa, muitas vezes ignorada pelos que se apegam exclusivamente aos números das pesquisas, pode se repetir.
Vivemos um período em que a vantagem numérica é apenas momentânea e as ideias ainda não ganharam força no debate público. A população, em grande parte, ainda não se posicionou de forma concreta, até porque o período oficial de campanha ainda não começou.
De fato, será após o mês de junho de 2026 que o cenário começará a se definir com mais clareza. O peso da máquina pública estadual poderá se fazer presente por todo o território de Pernambuco. Já a influência do Recife tende a se limitar à capital e, eventualmente, a municípios da região metropolitana, como Olinda e cidades vizinhas.
Quem viver, verá.