A governadora Raquel Lyra tem visto, nas últimas pesquisas, seu projeto de reeleição ameaçado pelo prefeito do Recife, que, no cenário atual, consagraria uma vitória expressiva sobre a governadora logo no primeiro turno. Raquel corre contra o tempo e vem articulando alianças com prefeitos, ex-prefeitos e lideranças políticas de destaque em suas regiões.
Recentemente, tem promovido uma espécie de “caça” aos aliados de João Campos, especialmente entre os caciques políticos. A chefe do Executivo estadual tem conseguido reduzir apoios antes vinculados ao PSB. O objetivo é claro: enfraquecer João Campos, que atualmente detém liderança e preferência nas intenções de voto para o Governo de Pernambuco. Ex-tucana, Raquel vem provocando uma verdadeira debandada de lideranças anteriormente ligadas ao prefeito do Recife.
Mesmo com os avanços do grupo de Raquel, João Campos ainda se mantém na dianteira das pesquisas. Um dos motivos pode ser o tempo que ainda resta até as eleições — pouco mais de um ano e oito meses. As máquinas municipais ainda não foram plenamente ativadas em prol de nenhum grupo. Apenas os caciques e membros do alto escalão vêm migrando para o lado da governadora, enquanto o povão, segundo os levantamentos, permanece firme no apoio ao socialista da capital, o jovem João Campos.
No entanto, quando a campanha de fato começar, com a chegada do “oba-oba”, das propostas, dos grandes eventos e dos melhores planejamentos, o cenário poderá mudar — seja em favor de João, seja em favor de Raquel. O fato é que os prefeitos, de ambos os lados, ainda não colocaram a máquina municipal a serviço de nenhum projeto, algo que pode influenciar significativamente o jogo político.
Raquel conta com a poderosa estrutura do governo estadual, que, somada às alianças que vem costurando, pode causar impacto. João, por sua vez, mesmo restrito ao comando da capital, possui forte apelo popular e uma capacidade de comunicação que sensibiliza o eleitorado. O duelo será entre gigantes.
Apesar da diferença de poderes entre os cargos que exercem, é possível dizer que será um embate entre um “Davi” e um “Golias”, ainda que de forma invertida, dada a força simbólica do legado de João — neto e filho de políticos com grande capital político em Pernambuco. Campos pode explorar sua juventude, forte personalidade e a habilidade de se conectar com diversos grupos sociais, com facilidade de entrosamento em qualquer base.
Será um oponente sólido para Raquel, que vem enfrentando uma dura escalada para conquistar equilíbrio democrático e ampliar sua base eleitoral. Quem viver, verá: o duelo promete ser de estrelas. E há quem diga que nada estará decidido até os últimos minutos da apuração das urnas.