O grupo de médicos obstetras do Hospital Regional de Juazeiro vem, com profundo respeito e responsabilidade, manifestar sua insatisfação diante das recorrentes dificuldades enfrentadas desde a inauguração da Maternidade, um espaço que, apesar de sua estrutura nova e aparência moderna, não foi preparado para atender com segurança e dignidade o número crescente de gestantes de alto risco da nossa região.

Lidamos, diariamente, com uma estrutura física insuficiente:
* Apenas 2 leitos para parto normal, que podem ser ocupados por mais de 24h por uma única gestante;
* Apenas 2 salas cirúrgicas;
* 3 leitos de triagem para urgências obstétricas;
* 3 vagas de UTI geral que foram cedidos para casos obstétricos;
* 8 leitos de enfermaria para internações de alto risco;
* 22 leitos de alojamento conjunto para puérperas e recém-nascidos.

Enquanto maternidades de perfil semelhante contam com o dobro – ou até o triplo – desses recursos, nos perguntamos:
Como atender com qualidade? Onde acomodar tantas gestantes? Como garantir assistência adequada à parturiente e ao recém-nascido, se nos faltam leitos e berços?

Apesar das limitações, nossos plantões são marcados por empenho, coragem e malabarismos. Médicos e equipe de enfermagem se desdobram para oferecer um atendimento humanizado, mesmo quando precisamos acomodar pacientes em macas, em locais improvisados, sem a mínima estrutura para um parto digno.

Não é justo com as mulheres. Não é justo com os bebês. Não é justo com os profissionais.

Além da estrutura física limitada, enfrentamos cobranças de produtividade incompatíveis com a realidade e, para piorar, vivemos constantes atrasos salariais, sem nenhuma previsão de regularização por parte da gestão hospitalar.

Até o momento, nossas solicitações de reunião com a direção do hospital não foram atendidas.

É hora de olhar com seriedade para a maternidade do Hospital Regional de Juazeiro.
É hora de cuidar de quem cuida.

Com esperança e responsabilidade,
Grupo Médico de Obstetrícia
Hospital Regional de Juazeiro