Especialistas alertam para os sinais da doença e reforçam a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico e psicológico
No dia 30 de março é celebrado o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, uma data que visa conscientizar a população sobre essa condição psiquiátrica que afeta milhões de pessoas no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 0,53% da população global viva com o transtorno, o que representa aproximadamente 40 milhões de indivíduos, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento adequado.
Condição de saúde mental de causas biológicas, neuroquímicas e psicossociais caracterizada por oscilações de humor, que variam entre episódios depressivos e episódios de euforia (também chamada de hipomania ou mania a depender da intensidade e duração), o transtorno bipolar pode impactar significativamente a vida dos pacientes e de seus familiares, tornando essencial o diagnóstico precoce e o tratamento adequado continuado.
De acordo com a Dra. Daniela Costa Lobo e Silva, médica psiquiatra e docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), reconhecer os sinais da doença é o primeiro passo para buscar ajuda especializada e iniciar um tratamento adequado.
“Os principais indícios do transtorno bipolar incluem períodos de energia excessiva, impulsividade, insônia e otimismo exagerado, seguidos por fases de tristeza profunda, desesperança e fadiga extrema. Muitas vezes, esses sintomas são confundidos com oscilações normais de humor, atrasando o diagnóstico e dificultar o tratamento adequado”, explica.
O transtorno bipolar pode ser identificado em qualquer idade, mas costuma ser diagnosticado com maior frequência entre os 15 e 30 anos. Dra. Daniela reforça a importância do acompanhamento médico contínuo.
“Ao perceber variações bruscas de humor que trazem prejuízos funcionais, é essencial procurar um psiquiatra. O tratamento adequado pode envolver o uso de estabilizadores de humor, psicoterapia e ajustes no estilo de vida, proporcionando maior qualidade de vida ao paciente”, ressalta.
O papel da psicoterapia no tratamento do transtorno bipolar
Além do suporte médico, o acompanhamento psicológico desempenha um papel importante no controle da doença. Fabrício Otoboni, docente de Psicologia da Wyden, reforça a importância da psicoterapia para o bem-estar dos pacientes.
“A psicoterapia auxilia na identificação dos gatilhos emocionais e no desenvolvimento de estratégias para lidar com os sintomas. O suporte psicológico também contribui para a adesão ao tratamento psiquiátrico, ajudando o paciente a compreender sua condição e a reduzir o impacto das crises na vida pessoal e profissional”, afirma.
A conscientização sobre o transtorno bipolar e a busca por informação são fundamentais para combater o estigma e garantir que mais pessoas tenham acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequados.