Escola, Pais e Terapeutas: a chave para um aprendizado eficiente e afetivo

A adaptação escolar de crianças com deficiências exige planejamento, paciência e uma abordagem sensível por parte das famílias e instituições de ensino. Um dos exemplos é o caso de Leon, diagnosticado com a Síndrome do X Frágil, condição genética que causa deficiência intelectual e desafios no aprendizado. Sua mãe, Simonia Fukue Nakagawa, desenvolveu um ritual para tornar a rotina escolar mais confortável e previsível. Ao chegar à escola, ela cumprimenta Leon de forma animada, rodopiando-o e criando um ambiente positivo. Na saída, oferece um agrado, como um biscoito ou fruta, reforçando que a experiência escolar é algo seguro e agradável.

O maior desafio enfrentado por Leon é o desconhecido. Como ele não compreende bem o que está acontecendo, sua mãe o prepara antecipadamente, explicando repetidamente que ele está indo para a escola. Como Leon tem prejuízos na memória afetiva de longo prazo, a repetição diária se torna essencial para reduzir sua ansiedade. Embora ele ainda não precise de muitos materiais adaptados, sua terapeuta ocupacional desenvolveu uma prancha com imagens para ajudá-lo na identificação de pessoas e atividades.

A comunicação com a escola é outro fator essencial. Desde a mudança para uma nova instituição, Simonia mantém um diálogo constante com professores e gestores, garantindo que a equipe compreenda as necessidades de Leon. Como a Síndrome do X Frágil é frequentemente confundida com Transtorno do Espectro Autista (TEA), ela enfatiza a importância de diferenciar as condições para um melhor suporte ao filho. Sua participação ativa no ambiente escolar também inclui reuniões com a Secretaria de Educação e a busca por recursos que possam beneficiar tanto Leon quanto outras crianças com necessidades similares.

A gestora do Instituto Buko Kaesemodel (IBK), Luz María Romero, reforça algumas estratégias eficazes para a adaptação de alunos com Síndrome do X Frágil. Ela alerta que forçar o contato visual não é recomendável, pois, à medida que a ansiedade diminui, isso ocorre naturalmente. Crianças com SXF aprendem de maneira gestáltica, necessitando visualizar o todo antes de compreender as partes. Pausas frequentes, tarefas curtas e a redução de estímulos sensoriais excessivos, como sons altos e luzes intensas, também são fundamentais.

Criar rituais de entrada e saída da escola pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar na adaptação, assim como compreender os desafios sensoriais e de comunicação da criança. Além disso, a parceria entre a escola, os pais e os terapeutas são essenciais para garantir que cada aluno receba o suporte adequado às suas necessidades. “O diálogo aberto e frequente permite ajustes na rotina escolar, contribui para um aprendizado mais eficaz e fortalece o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, promovendo uma inclusão verdadeira e significativa”. Finaliza Luz María.

O Instituto Buko Kaesemodel desenvolveu um folder explicativo e gratuito de orientação a pais e professores. Para baixar o material, basta acessar o site www.eudigox.com.br.