As quedas nas pesquisas têm sido um tormento para a governadora Raquel Lyra, que desprezou potenciais aliados políticos. Um exemplo marcante foi Miguel Coelho: na eleição passada, a então tucana conquistou mais de 80 mil votos em Petrolina no segundo turno, impulsionada pelo apoio de Miguel e seu grupo. No entanto, ao assumir o governo, Raquel deixou Miguel e diversos líderes políticos de fora de seu secretariado, independentemente da região do estado.
Agora, a governadora amarga uma pré-derrota, apontada de forma devastadora por todas as pesquisas de opinião pública. Ela desafiou a lógica da política tradicional ao priorizar técnicos em vez de alianças estratégicas. Eduardo Campos costumava dizer: “Fazer a máquina moer ao contrário”, mas esse definitivamente não parece ser o caso de Raquel. Seu governo carece de engrenagem eficiente, e sua estratégia não tem conquistado os pernambucanos. Diferente dos Campos, que sabiam equilibrar interesses políticos, Raquel subestimou a importância de certos quadros e, agora, tenta recuperar o tempo perdido, disparando para todos os lados, mas sem acertar o alvo principal: o eleitorado.
A governadora demonstra dificuldade em retomar o protagonismo e reconquistar a confiança da sociedade que a elegeu. Seu governo perdeu força a ponto de comprometer sua reeleição, que já parecia distante desde a formação de seu primeiro escalão. Mesmo com tentativas recentes de inserir lideranças políticas e reforçar secretarias com nomes de peso, as ações não surtiram efeito. Pelo contrário, as fissuras na imagem de seu governo só se aprofundaram.
Raquel parece não ter percebido que governa Pernambuco, não Caruaru. Ao tentar replicar seu modelo de gestão municipal para todo o estado, enfrentou resistências. Agora, sob o PSD, busca uma nova estratégia para equilibrar suas bases e se aproximar de João Campos. No entanto, enfrenta um crescente descontentamento popular e ignora um fator crucial: cada região do estado tem dinâmicas políticas próprias, muito distintas da realidade do Agreste, onde construiu sua trajetória.
A grande questão é: conseguirá reverter esse cenário e se tornar competitiva na disputa? Os partidos que se aproximam estão realmente aderindo à governadora ou apenas aproveitando as vantagens do Palácio?