Os alarmantes índices de violência em Pernambuco voltaram a ser pauta no Plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (11), evidenciando a inércia e a falta de ações concretas do governo estadual. A escalada dos feminicídios e os episódios violentos durante as prévias carnavalescas e eventos esportivos foram duramente criticados por parlamentares, que denunciaram a omissão e a ineficácia das políticas de segurança pública.

A deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) trouxe à tona dados assustadores: quatro feminicídios registrados em apenas 48 horas e 11 vítimas apenas no mês de janeiro. Não bastasse esse cenário alarmante, a parlamentar denunciou a precariedade da estrutura de atendimento às mulheres vítimas de violência. Segundo ela, existem apenas 15 delegacias da mulher em todo o Estado, e oito delas sequer funcionam à noite ou nos finais de semana.

“A omissão do Estado com relação à vida das mulheres é gritante. Estamos falando disso há dois anos e não vemos nada ser feito”, criticou a deputada, escancarando a falta de prioridade do governo para enfrentar esse problema crônico.

Enquanto isso, a insegurança em grandes eventos também foi alvo de cobranças. O deputado Pastor Júnior Tércio (PP) repercutiu os episódios violentos no Bloco do Lalau da Mídia e outras prévias de Carnaval no Recife, além da crescente violência nos jogos do campeonato pernambucano. Ele alertou para os riscos iminentes e questionou a capacidade do governo em garantir a segurança da população.

“Já estamos prontos para garantir a segurança dos torcedores, dos trabalhadores?”, indagou Tércio, apontando ainda que o Estado do Ceará tem adotado medidas mais eficazes contra a violência das torcidas organizadas. O parlamentar reconheceu o esforço da Polícia Militar de Pernambuco, mas a realidade mostra que as ações são insuficientes diante do caos instalado.

Diante de tantas cobranças, a pergunta que fica é: até quando Pernambuco seguirá sendo palco de violência sem que medidas eficazes sejam tomadas? A sociedade clama por respostas, mas a omissão governamental insiste em prevalecer.