Apesar de ser a terceira maior cidade de Pernambuco, um estado governado por uma mulher, Petrolina, localizada no sertão pernambucano, enfrenta uma grave realidade quando se trata da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). O órgão, essencial para acolher vítimas de violência de gênero, está abandonado. Sem uma delegada titular, no lugar há apenas um delegado substituto que acumula a função com a Delegacia de Combate à Corrupção, responsável por mais de 30 municípios, o que na prática significa que ele sequer permanece na unidade.

Outro ponto importante é que as mulheres não se sentem à vontade com a presença masculina do delegado e clamam para que uma mulher assuma o posto.

A situação reflete um cenário de total descaso. A delegacia, que deveria ser um espaço de proteção e apoio para mulheres em situação de vulnerabilidade, encontra-se sem a estrutura adequada e praticamente inoperante. Falta equipe, falta acolhimento, falta compromisso do Governo Estadual com a segurança e os direitos das mulheres.

O abandono da Delegacia da Mulher em uma cidade do porte de Petrolina escancara uma contradição preocupante: enquanto o discurso político enfatiza a defesa dos direitos femininos, a realidade mostra que as vítimas de violência estão desamparadas. Sem um atendimento eficiente e especializado, muitas mulheres acabam desistindo de denunciar seus agressores, perpetuando um ciclo de impunidade e sofrimento.

A população cobra urgência na reestruturação da unidade, com a nomeação de uma delegada titular e equipe qualificada para prestar o atendimento digno que as mulheres petrolinenses merecem. A segurança pública e a proteção das vítimas não podem continuar sendo negligenciadas.