Oito pessoas foram mortas, na madrugada de ontem, em Porto Velho, em mais uma noite de confrontos entre a facção criminosa Comando Vermelho (CV) e a polícia. A maioria era de pessoas surpreendidas durante as ações violentas, que marcaram a terceira noite de conflitos intensos na capital de Rondônia.

Desde o início da semana, confrontos resultaram em mortes, prisões e na destruição de mais de 20 veículos, incluindo ônibus das linhas de transporte da capital. Na quarta-feira, 14 pessoas foram baleadas e seis delas morreram — entre eles, dois clientes de um bar e um ciclista, além de dois integrantes do CV em confronto com policiais.

Os ataques são uma retaliação às ações da Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, deflagrada no final de 2024 para retomar condomínios da capital rondoniense dominados pelo crime organizado. O saldo até agora é a morte de um dos chefes da facção, a recuperação de 70 apartamentos ocupados ilegalmente, a apreensão de armas e drogas, além da mobilização de 200 policiais na segunda fase da operação — iniciada após o assassinato do cabo Fábio Martins, da Polícia Militar, no domingo passado.

A retaliação dos bandidos incluiu incêndios de mais de 10 ônibus e ameaças a trabalhadores. Isso levou à suspensão do transporte público por dois dias, que voltou a funcionar parcialmente na quinta-feira sob escolta do aparato público de segurança. Segundo a Polícia Militar, os ataques nas madrugadas têm como objetivo desviar a atenção das autoridades das operações nos condomínios.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou a Força Nacional a Porto Velho para apoiar as forças locais. A tropa, que permanecerá por 90 dias, chegou acompanhada de reforços de estados vizinhos, como Acre, Amazonas e Mato Grosso — que enviaram equipes e um helicóptero para fortalecer as operações.

 

Correio Braziliense