A política é a arte estratégica de quem possui o melhor diagnóstico abrangente. Nesse contexto, destaca-se como elemento central a habilidade de somar o útil ao agradável. Um exemplo disso pode ser observado na recente movimentação política envolvendo Raquel Lyra e João Campos. Raquel descartou uma peça valiosa ao marginalizar Miguel Coelho, enquanto João, de forma inteligente, o acolheu em seu projeto político, fortalecendo sua base para a disputa majoritária no estado.

João Campos demonstrou ser um estrategista ao abraçar Miguel Coelho, que, sem dúvida, terá uma posição confortável na chapa majoritária. Nessa jogada, João se posicionou como um artilheiro ao marcar um gol decisivo, enfraquecendo Raquel Lyra e consolidando alianças com o interior do estado, especialmente com o grupo Coelho. Essa união representa um avanço estratégico ao conectar o Sertão com a capital.

A postura de Raquel Lyra, ao excluir Miguel Coelho mesmo após sua contribuição decisiva no segundo turno das eleições, onde ampliou a votação da governadora em mais de 80 mil votos em Petrolina, revela um erro estratégico. Essa decisão foi vista como uma “rasteira” ao jovem político, que declarou apoio à sua campanha. Essa escolha pode custar caro à governadora, que perdeu a chance de fortalecer sua base ao lado do grupo Coelho, reconhecidamente uma das forças políticas mais influentes do interior.

Raquel Lyra agora enfrenta as consequências de sua estratégia. Deixou escapar uma peça-chave no futuro xadrez político estadual, subestimando o potencial de Miguel como aliado. Enquanto isso, João Campos já desponta como o grande vencedor dessa jogada, unindo forças no interior com um grupo sólido, liderado por Miguel Coelho. A parceria entre Campos e Coelho é simbólica: João domina a capital, enquanto Miguel detém ampla popularidade no Sertão. Essa combinação pode representar uma vantagem significativa, capaz de desbancar Raquel em uma eventual disputa para reeleição.

Raquel terá que reavaliar suas estratégias, especialmente no Sertão, onde sua gestão já enfrentou rejeição, como demonstrado pela derrota no primeiro turno em Petrolina. Por outro lado, João Campos mostrou habilidade ao aproveitar as peças descartadas pela governadora e transformá-las em uma poderosa alavanca para desestabilizar a tucana. Seja como vice-governador ou senador, Miguel Coelho será um trunfo no tabuleiro político, consolidando uma força que pode redefinir os rumos do Palácio do Campo das Princesas.