Com o objetivo de alertar e sensibilizar a população sobre a importância da doação de medula óssea para o tratamento da leucemia, é celebrado em 21 de setembro o Dia Mundial de doador de Medula Óssea. Embora a campanha tenha esta data como foco para a sensibilização, para o médico hematologista André Magalhães, do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ), complexo administrado pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), é necessário que o tema seja pautado durante todo ano.
A doação de medula óssea é voluntária e pode ser realizada por pessoas com até 35 anos de idade. Os interessados devem procurar os Hemocentros para a realização do cadastro e triagem médica. Após esses passos, são coletados dois tubos de sangue dos candidatos à doação para realização de exames e verificação de compatibilidade de fatores genéticos por meio do HLA (Human Leucocyte Antigen).
André Magalhães explica que o tratamento para leucemia é relativo e varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Mas geralmente inicia-se com a quimioterapia e, de acordo com a avaliação inicial e com a resposta do paciente ao tratamento, são sugeridas outras estratégias, dentre elas o transplante de medula óssea.
Além disso, o hematologista destaca a importância desse gesto de solidariedade, afirmando que “o ato da doação em si parece algo simples, mas é de uma grandeza enorme, pois um pedaço seu vai poder salvar a vida de alguém e isso é impagável”.
De acordo com o médico, existem dois desafios para a doação de medula óssea. O primeiro é referente à sensibilização das pessoas, para que sejam doadores de medula; e o segundo diz respeito à compatibilidade. O profissional explica que, entre irmãos, um em cada quatro podem ser compatíveis, com possibilidade percentual de 25%. Já para quem não tem um grau de parentesco, a probabilidade é bem menor: o número varia de 1 a cada 100 mil habitantes, podendo chegar a 1 a cada 1 milhão.
Ergellis Victor Cavalcanti tem 27 anos e realizou doação de medula para o irmão. “Graças a Deus eu fui compatível 100% com meu irmão, mas é triste ver que outras pessoas não têm compatibilidade. Daí a importância de que outras pessoas sejam doadoras. É um ato nobre e pode salvar vidas”, depôs.