Daniel Alves segue preso na penitenciária Brians 2, em Barcelona, na Espanha, em decorrência do processo de investigação por agressão sexual. O jogador brasileiro deve ir a julgamento ainda neste mês ou em novembro, segundo a mídia espanhola. A investigação foi originada por uma denúncia apresentada por uma mulher que alega ter sido agredida sexualmente pelo jogador na boate Sutton em Barcelona, onde ambos estiveram em uma festa na noite de 29 para 30 de dezembro do ano passado.
O procedimento penal do Brasil e da Espanha são diferentes. No país europeu, o procedimento investigatório se dá perante um juiz de instrução, que analisa a denúncia apresentada pelo MP para abrir ou não uma investigação. A investigação chegou ao fim quase cinco meses depois da prisão. Segundo o jornal espanhol El Periódico, o julgamento será realizado entre os meses de outubro e novembro deste ano de 2023.
O portal ainda afirma que o lateral brasileiro não terá sua liberdade concedida e precisará aguardar a decisão final dentro do presídio Brians 2. Além disso, o El Periódico garante que, a menos que os advogados, tanto de defesa quanto da vítima, solicitem algum novo exame e o juiz conceda — algo extremamente improvável neste momento —, todas as provas já estão na mesa do juiz.
Quinta versão de Daniel Alves-Em abril, em novo depoimento à Justiça da Espanha, o jogador afirmou que a relação sexual com a jovem que o acusa de estupro teria sido consensual. Daniel Alves enfatizou que é “respeitoso” na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber “tensão sexual” e uma clara predisposição. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um “ato livre e voluntário”, que ele e a jovem fizeram amor e acusadora “nunca disse para parar”.
Questionado sobre o teor da denúncia da jovem, Daniel Alves diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele disse acreditar que a vítima se sentiu “ofendida ou irritada” pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.
As novas declarações de Daniel Alves contradizem a versão da vítima e as evidências coletadas pela polícia. A jovem foi atendida por uma ambulância chamada pela boate Sutton, e transferida para o Hospital Clínic, referência em atendimentos a vítimas de abusos sexuais. Lá, ela passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a “luta” que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.
Logo que foi preso acusado de estupro, Daniel Alves negou que havia tinha tido qualquer tipo de contato com a vítima. A versão foi dada pelo próprio jogador, assim que recebeu a acusação, em um vídeo enviado ao canal de TV espanhol Antena 3.
Dias depois, o jogador mudou seu relato, afirmando ter encontrado a vítima no banheiro da boate, tendo sido surpreendido por ela na ocasião. Nessa versão, Alves afirmou que não teve qualquer contato com ela e teria ficado parado, sem saber o que fazer quando a viu.
Daniel Alves, pouco tempo depois, admitiu que manteve uma relação sexual com a mulher (após amostras de sêmen serem encontradas no banheiro), mas disse que ela teria se lançado em sua direção dentro do banheiro para fazer sexo oral. O brasileiro alegou que ele não tinha dado essa versão até aquele momento com o intuito de “proteger” a vítima.
O jogador, depois, acabou afirmando ter havido penetração enquanto eles estavam no banheiro após o resultado de testes biológicos realizados na mulher que acusa o brasileiro. Daniel Alves afirmou que não teria dado essa versão ainda também para proteger a vítima e a sua então esposa, Joana Sanz — que acabou pedindo divórcio após a repercussão do caso.