Categoria fez passeata pelas ruas do Centro do Recife e decidiram, em assembleia, promover paralisações durante as próximas duas semanas em todo Estado e marcaram para o dia 11 de fevereiro uma assembleia que pode deliberar por Greve.

Policiais Civis vindos de várias regiões do Estado realizaram nesta quarta-feira, 26, uma passeata pelas ruas do Centro do Recife em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde fizeram uma assembleia da Campanha Salarial e Funcional 2021/2022. Indignados com a postura da Gestão, por não terem recebido a contraproposta do Governo, que ficou acordado para o dia de hoje, a categoria deliberou por endurecer ainda mais o movimento e marcou para o dia 11 de fevereiro uma nova assembleia, que pode acabar em Greve.

“A categoria foi mais uma vez desrespeitada com uma desmarcação em cima da hora da reunião, onde o Governo deveria apresentar uma contraproposta para a classe, remarcando para o dia 11. Diante dessa postura lamentável, já que estamos desde o dia 27 de julho do ano passado tentando uma composição para resolver as questões estruturais da Polícia Civil, para acabar com a clandestinidade funcional e poder atender mais e melhor a população e diminuir esse fosso absurdo e injusto entre nós e nossos chefes, o Governo vem se esquivando e empurrando com a barriga, tentando ganhar tempo. Não dá mais para esperar. A categoria deliberou na frente do palácio que nessas próximas duas semanas terão paralisações de oito horas e no dia 11, em frente à SDS, vamos realizar uma grande assembleia que pode ser decretada a Greve, caso nesse dia o Governo não apresente uma proposta condizente pra resolver as nossas questões e para poder deixar que a gente atenda mais e melhor a população. Portanto, a Greve agora está nas mãos do Governo. A categoria não queria chegar a esse nível, mas o desrespeito está sendo crescente e não vamos tolerar mais esse massacre com quem tanto faz pela segurança do nosso Estado” ressaltou Rafael Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL).

Entre as reivindicações que foram apresentadas durante as negociações estão a valorização salarial e funcional do Policial Civil de Base, a melhoria nas condições de trabalho nas delegacias e institutos de todo o Estado e o fim da clandestinidade funcional a qual a base dos Policiais Civis está submetida.

A categoria está em Estado de Greve desde o dia 29 de dezembro e durante este mês de janeiro realizou protestos por todo o Estado, como o Ato das Cruzes, que passou pela capital pernambucana no dia 31.12, Caruaru no dia 06.01, Petrolina (12.01) e Porto de Galinhas (19.01), denunciando o absurdo número de homicídios em Pernambuco, com mais de 3000 mil mortes em 2021 e pelos 130 Policiais Civis vítimas da Covid-19, e a incapacidade da Polícia Civil elucidar a grande maioria desses crimes, por falta de estrutura nos postos de trabalho, falta de efetivo e o pior salário do país para a base da Polícia Civil.