A Reunião Ordinária da Câmara Municipal de João Pinheiro – MG realizada ontem, 19 de abril, foi marcada por um discurso estarrecedor por parte do vereador Eli Corrêa ao se posicionar contra um projeto de lei que visa conscientizar crianças sobre maus tratos contra os animais. O edil chegou a defender a morte de cachorros de rua e defendeu a carrocinha.
O projeto de lei 079/2021 foi proposto pelo vereador Cabo Vieira e pretende instituir, em abril, o mês de prevenção à crueldade contra os animais em João Pinheiro – MG, período em que as escolas seriam recomendadas a conscientizarem seus alunos sobre a Lei Sansão, assim como a realizar projetos para prevenir os maus tratos. Como justificativa, Cabo Vieira apresentou diversas notícias do JP Agora que retratam várias situações de maus tratos ocorridas no município.
O autor apresentou como justificativa, também, uma triste estatística da Polícia Militar de João Pinheiro – MG, que aponta mais de 4.000 denúncias de maus tratos neste ano, sendo praticamente mais de 34 crimes denunciados todos os dias. Depois da leitura do projeto, o presidente da casa passou a palavra para os demais vereadores, momento em que Eli Corrêa pediu a palavra para justificar o porquê era contra. Seu discurso espanta até mesmo quem não tem nenhum afeto por animais.
Eli Corrêa iniciou sua fala dizendo que já viu três pessoas morrerem por leishmaniose em Ruralminas, doença infecciosa que se hospeda em cães, como início de justificativa para o que viria a seguir. Ao que parece, para o vereador, todo cachorro está contaminado com a zoonose.
“Na Ruralminas eu vi três pessoas morrerem por problema de leishmaniose de cachorro e gato. Lá em casa tem dois e eu não tive coragem de matar, já arranjei um para matar” disse Eli Corrêa, se referindo possivelmente a seus animais de estimação que supostamente estão contaminados com a leishmaniose.
O vereador segue generalizando a situação, relacionando todo o problema que envolve cachorros de rua a problemas de zoonose para defender a ação da carrocinha. Segue, abaixo, a transcrição da referida fala.
“Cachorro na rua tem é que matar, cachorro em rua do jeito que vemos por toda banda, com problema e doença, amontoado, trazendo doença para população. Quando tinha uma carrocinha de cata cachorro, doente morrendo, só ficava aquele que tinha certeza que era saudável, o resto morria tudo.”
Eli Corrêa segue defendendo o porquê é contra o projeto, o qual tem como objetivo única e exclusivamente a ideia de conscientizar a população sobre a lei federal que protege os animais e pune quem maltrata. Apesar disso, o edil chegou a dizer que, caso atropelasse um cachorro, nem olharia para trás.
“Cachorro ne rua para mim é perder tempo. Eu se passar por cima de um cachorro nem olho para trás, penso que não tem dono.”
O vereador Elcio Barbeiro também se manifestou. De forma mais branda, Elcio apontou que deve haver fiscalização e controle para diminuir o número de animais em situação de rua. Defendeu, ainda, punições severas a quem abandona.
Apesar dos comentários do vereador Eli Corrêa, o projeto de lei foi aprovado.
Fonte: JPAGORA