247 – Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (8) que nunca foi contra a vacina contra a Covid-19. Uma mentira deslavada, depois de meses quem que ele atacou as vacinas, boicotou e tentou ridicularizar a vacinação. Em uma mudança de tom, o chefe do Executivo admitiu que a imunização em massa é a solução para uma retomada mais rápida da economia.
“Nunca fui contra a vacina, sempre disse ‘passou pela Anvisa, compra’. Tanto é que a CoronaVac passou pela tangente”, disse. “Estamos preocupados com a vida. Se vacinar, a chance de voltarmos à normalidade na economia aumenta exponencialmente. Queremos isso aí”, acrescentou.
Assessores estrategistas e ministros também avaliam que já é hora de Bolsonaro deixar de lado a defesa de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19, de acordo com o portal Uol.
As novas declarações de Bolsonaro contradizem suas afirmações anteriores acerca da pandemia. Em abril do ano passado, ele perguntou “e daí?” ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.
Naquele mês ele disse “Não sou coveiro, tá?”, ao ser questionado sobre as mais de 300 mortes causadas pela Covid-19 no País.
Em outubro, Bolsonaro politizou a vacina e disse que não compraria o imunizante CoronaVac, desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. “Alerto que não compraremos vacina da China”, disse ele na época.
No mês de dezembro, Bolsonaro questionou a eficácia das vacinas, dizendo que quem recebesse as doses poderia “virar um jacaré”. A declaração virou “meme” nas redes sociais.
Nesta semana, a segunda de fevereiro, médicos e cientistas protocolaram um pedido de impeachment de Bolsonaro pelo gerenciamento da pandemia. Já foram protocolados pelo menos 60 pedidos de afastamento.
Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos do coronavírus (9,5 milhões), atrás de Índia (10,8 milhões) e Estados Unidos (27,7 milhões). O governo brasileiro também contabiliza a segunda maior quantidade de mortes (232 mil) causadas pela pandemia (476 mil).