Um projeto elaborado pelo extensionista rural Paulo Nogueira Filho, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), beneficiou agricultoras familiares da região da Baixa do Tatu, na zona rural de Petrolina, com aproveitamento do fruto do umbuzeiro.
Cedido à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Pernambuco (Secti), Paulo Nogueira teve o trabalho da agroindústria de polpa de frutas e geleias da Associação das Mulheres Agricultoras Familiares contemplado, de um total de 22 projetos, pela Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), de acordo com as diretrizes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sdec). O valor destinado à associação soma R$ 114.058,56.
De acordo com o extensionista que auxiliou na elaboração do projeto, o aproveitamento do umbuzeiro demonstra excelente fonte de renda para os agricultores do Semiárido brasileiro, principalmente com forma de polpa, que pode ser considerada uma iguaria. “O produto é muito valorizado no mercado formal e informal”, ressalta Paulo Nogueira.
É durante o período chuvoso que ocorre uma grande produção desse fruto, mas na sua grande maioria essa produção é perdida no campo por falta de aproveitamento. Com as tecnologias apropriadas é possível conservar esses frutos, de forma pasteurizada, por mais de 36 meses, mantendo a oferta do produto o ano inteiro. A forma mais aceita pelo mercado é a polpa congelada.
A Associação de Baixa do Tatu fica localizada na zona rural de Petrolina, no núcleo da comunidade de Caititu, a cerca de 85 km da sede. É formada por sete membros – sete mulheres guerreiras que ergueram a infraestrutura da agroindústria com recursos do PRONAF B e já comercializam a polpa do umbu para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
No entanto, o mercado formal possui grande demanda por esse produto, faltando equipar a pequena agroindústria já existente. A mesma agroindústria pode produzir polpas de outras frutas, como goiaba, manga e uva oriundas das áreas irrigadas. A associação conta com a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do IPA.
Considerando a importância socioeconômica da atividade como geradora de emprego e renda; a necessidade de adequações das instalações para atender o mercado e a legislação sanitária; a existência de um comércio regional forte e o alto custo para equipar uma agroindústria de polpa de frutas, faz-se necessário o aporte técnico e financeiro do Estado para a implantação conforme as necessidades da agricultura familiar.
Processar polpa de umbu é uma atividade da fruticultura de sequeiro, com grande potencial econômico e social, além de conservacionista das práticas agroecológicas para a preservação dessa árvore, símbolo do Nordeste Brasileiro, mas que infelizmente está em vias de extinção pela predação pelos caprinos e ovinos das mudas naturais.
Fonte: Núcleo de Comunicação