Demorou. Nesta segunda-feira (18), após se calar desde a aprovação das vacinas contra a covid 19, pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer picuinhas em meio a situação pandêmica no país. Enquanto grande parte da população, autoridades sanitárias e políticos comemoram o acesso à vacina, Bolsonaro alfineta o Governador João Doria (PSDB-SP), e agora chama a vacina que tanto criticou de “vacina do Brasil”.

“Então está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não, é do Brasil”, afirmou.

Em uma fala meio evasiva e conturbada, captada por uma transmissão, com cortes, publicada por um canal bolsonarista na internet, ele disse: “Pessoal, uma notícia. Apesar da vacina… Apesar não, né? A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Agora, havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado a vacina aqui”,

Esta foi a primeira manifestação pública de Bolsonaro após a derrota do governo federal na queda de braço pelo início da imunização, com o governador de São Paulo, que iniciou a imunização no domingo, logo após a aprovação pela Anvisa do uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca.

Bolsonaro chegou a desautorizar o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que havia anunciado acordo para compra de 46 milhões de doses da Coronavac. O presidente disse que havia mandado cancelar o entendimento para a compra da “vacina chinesa de João Doria”, como se referiu em publicação em rede social em outubro de 2020.

Nesta segunda-feira, em conversa com seus apoiadores, Bolsonaro também procurou se esquivar da responsabilidade pela falta de oxigênio em hospitais em Manaus e atribuiu as críticas que vem recebendo à “luta pelo poder”.

“Você vê, tem um problema em Manaus, a gente lamenta as mortes por asfixia, por falta de oxigênio, culpam o governo. Nós destinamos bilhões para os estados, agora quem detecta a falta de medicamento, a ausência é o respectivo secretário de Saúde estadual e municipal. Daqui a pouco vai faltar Band-Aid no Rio de Janeiro e vão querer me culpar”, disse Bolsonaro.

No domingo, a PGR (Procuradoria-Geral da República) deu 15 dias para o ministro explicar por que não agiu para garantir o fornecimento de oxigênio aos hospitais de Manaus, já que Pazuello foi avisado sobre a situação de escassez crítica por integrantes do governo do Amazonas, pela empresa que fornece o produto e até mesmo por uma cunhada sua que tinha um familiar “sem oxigênio para passar o dia”. O general da ativa também foi informado sobre problemas logísticos nas remessas.

 

Da Redação com informações Folha Press