O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quarta-feira o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, segundo uma fonte do Palácio do Planalto. O ministro esteve no início da tarde de hoje na sede da Presidência onde foi comunicado pelo presidente da decisão.

Bolsonaro convidou para assumir a vaga o atual presidente da Embratur, Gilson Machado, que aceitou. A informação foi confirmada ao Valor por duas fontes, uma delas no Palácio do Planalto e outra ligada ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo uma dessas fontes, Machado não acumulará os cargos e deve deixar a presidência da estatal. Ainda não havia comunicados oficiais nem sobre a demissão de Álvaro Antônio nem sobre a nomeação de Machado.

Conhecido como “o sanfoneiro de Bolsonaro”, Machado deve exercer um “mandato tampão”, segundo algumas fontes, uma vez que a pasta estaria sendo negociada com os partidos da base aliada do governo.

A demissão ocorre um dia após Álvaro Antônio ter discutido rispidamente com o ministro da Secretaria de Governo (Segov), Luiz Eduardo Ramos, em um grupo de WhatsApp que congrega os ministros de Bolsonaro.

Segundo relatos, Álvaro Antônio usou palavras ríspidas para acusar Ramos justamente de negociar seu cargo com o Centrão.

O agora ex-ministro do Turismo teria depois se desculpado, porém Bolsonaro não aceitou um novo desentendimento entre seus auxiliares diretos.

Um dos ministros mais próximos do presidente, Ramos já foi alvo da insatisfação pública de outro ministro, Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Em outubro, Salles foi ao Twitter para chamar Ramos de “Maria Fofoca”, por supostamente haver vazado à imprensa informações que o prejudicavam.

Agora, torna-se pivô da saída de Álvaro Antônio, que deve retomar o mandato de deputado federal pelo PSL de Minas Gerais. Ele foi o mais votado para o cargo no Estado em 2018 e ajudou a socorrer o presidente quando ele foi esfaqueado em um evento de campanha em Juiz de Fora, em 6 de setembro daquele ano.

Com a saída de Álvaro Antônio, são ao todo 15 mudanças em ministérios desde o início do mandato de Bolsonaro. Além de demissões, a conta inclui deslocamentos de ministros de uma pasta para a outra e a nomeação de ministros para pastas que foram criadas – caso de Fábio Faria, para o Ministério das Comunicações.

 A denúncia é de que ele teria organizado um esquema de candidaturas laranjas para desviar de dinheiro do fundo eleitoral e abastecer sua própria campanha. O caso foi descoberto em 2019 e está agora no STF.

Fonte: Valor.Globo