Em 2018, o atual presidente do IPA, Odacy Amorim, teve 30.158 votos em Petrolina na corrida pela Câmara Federal. Naquele mesmo pleito, o deputado federal Gonzaga Patriota teve 20.126 votos na cidade. Na corrida para deputado estadual, Lucas Ramos obteve 10.195 votos no município. Concorrendo, então, ao Governo do Estado, Júlio Lóssio, hoje no PSD, conquistou 25.280 votos e o governador Paulo Câmara, vitorioso naquela eleição, somou, em Petrolina, 48.707 votos. Esses números, naturalmente, pesam nas contas feitas com vistas à corrida municipal deste ano, quando esses nomes integram o mesmo campo da Oposição e têm mantido diálogo aberto na construção de uma estratégia comum.
Não à toa, estavam todos reunidos em Petrolina, no último dia 14 de fevereiro, em agenda com o governador Paulo Câmara. A programação se deu no dia do aniversário do deputado Lucas Ramos, o que, nos bastidores do PSB, foi lido como um gesto na direção do socialista. Sem uma declaração pública, no entanto, do governador ou do presidente do PSB-PE, Sileno Guedes, ratificando uma pré-candidatura sua à prefeitura, Lucas Ramos subiu o tom. Ao Blog de Jamildo, declarou: “Nós estamos a seis meses das eleições e nós não temos uma palavra do governador afirmando que o PSB terá candidato em Petrolina. Sabe por quê? Porque Geraldo Julio não deixa”. Para Lucas, o PSB estaria dando sinais de que abriria mão de candidatura própria naquela cidade em favor do projeto de Odacy. Petrolina, governada por Miguel Coelho, tem tido investimentos maciços do Governo Federal, o que torna dura a missão da Oposição, exigindo, pela matemática, que a tática de várias candidaturas seja adotada. Do jeito que Petrolina é prioridade para o grupo dos Coelho, o Recife, é para o PSB, fator que tem deixado Lucas impaciente e em busca de respostas. O governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, indagado pela coluna sobre eventual composição com o PT, quebrou o silêncio e devolveu o que Lucas queria: uma resposta. Ao seu modo habitual, Paulo recorreu a poucas palavras, mas foi taxativo: “Não existe qualquer negociação com o PT sobre candidatura em Petrolina”. ( Folha de Pernambuco).