Por Giovanni Sá, Editor-geral do Farol

Ele foi eleito em nome da moral e dos bons costumes, mas principalmente, por jurar que não era corrupto e não iria praticar os atos de corrupção, uma das especialidades do Partido dos Trabalhadores (PT).

Mas, nesse sábado (19), um áudio da deputada Carla Zambeli, do PSL, revela que o presidente Jair Messias Bolsonaro, comprou parlamentares com emendas para aprovar a Reforma da Previdência.

A confusão está armada e o presidente do Psol, Juliano Medeiros, declarou que a legenda pode ingressar com um pedido de impeachment contra o presidente. “Se comprovado, é crime de responsabilidade”, diz Juliano Medeiros.

Eu acredito que não vai dar em nada. O clima não é de Democracia em Vertigem (vejam este filme) que retrata os bastidores do queda da presidenta Dilma Rouseff. Hoje, apesar da queda de popularidade de Bolsonaro, temos uma direita entranhada e organizada no poder, que não vai entregar nada de mão beijada. O clima é de cumplicidade entre eles (poder e pensamento reacionário).

Mas chama a atenção que após um ano de governo, nódoas mancham o discurso de combate a corrupção de Jair Bolsonaro. Outro caso recente, que requer explicações, é o escândalo da Secom, cujo secretário Fábio Wajngarten libera recursos para empresas de mídia e é ao mesmo tempo remunerado por elas, continua pegando muito mal.

Neste sábado (18), o jornalista Fábio Pannunzio cobrou a demissão de Wajngarten: “Vai mesmo manter esse sujeito na SECOM? Quer dizer que servidor público pode usar o cargo que tem para tomar dinheiro de concessionários do governo? Mas você não disse que era contra a corrupção? Ou aquilo era mesmo só conversa pro seu gado dormir? Detalhe: Pannuzio não faz parte do elenco da Globo ‘golpista’.

 

Não quero nem citar o caso Queiroz, rachadinha e outras coisas mais. Isto é uma outra história. Não é a toa, que o ministro Sérgio Moro é bem mais avaliado que o próprio presidente, que toca o seu ‘gado’ em lives e ataques à imprensa.

Deus acima de tudo. Deus tenha piedade de nós!