O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, explicou em entrevista à Folha de São Paulo o motivo para ter renunciado ao mandato mesmo se considerando o vencedor das últimas eleições presidenciais.
“O racismo passaram ao fascismo. Começaram a perseguir militantes e autoridades do nosso governo. Queimaram suas casas e ameaçaram queimar suas famílias para que renunciassem”, disse.
“Queimam a casa da minha irmã. Saqueiam a minha casa. Não há polícia. Queimam a casa do presidente da Câmara, que renuncia. Os companheiros se mobilizam para, na segunda (11), recuperar a praça Murillo [no centro de La Paz] e a Casa Grande del Pueblo [sede do governo]. A polícia, amotinada, ia meter bala, massacraria meus companheiros. Renunciamos para que não houvesse massacre”, acrescentou.
O ex-presidente ainda detalhou sua rotina no México, onde atualmente está exilado.
“É acordar cedo, tomar banho e só comer, dormir e me comunicar. Só isso. Em duas noites eu já aprendi a arrumar a minha cama, fazer o café da manhã. Graças à solidariedade, temos um pequeno apartamento para poder viver. Uma casa normal”, falou. ( Bahia.ba).