Em discurso na Reunião Plenária desta segunda (30), a deputada Priscila Krause (DEM) acusou o Governo do Estado de ter realizado “uma manobra fiscal” ao descumprir cláusulas de empréstimo firmado junto à Caixa Econômica Federal, em dezembro de 2018, para financiar obras de infraestrutura (Finisa II). Segundo a ela, o Poder Executivo debitou R$ 167,8 milhões da conta criada especificamente pela instituição financeira para a movimentação dos recursos e direcionou o valor à Conta Única do Tesouro Estadual.
“Normalmente, os recursos dessas operações de crédito saem da conta específica do financiamento direto para a conta dos fornecedores contratados, o que não ocorreu”, explicou a parlamentar, que solicitou a fiscalização do caso pelos órgãos de controle – Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público de Contas estadual (MPCO-PE).
Ainda segundo Krause, do total já liberado, apenas R$ 53,5 milhões foram executados até o momento (31,9%), dos quais R$ 43 milhões, efetivamente pagos (25%). “A diferença entre esses valores está solta na conta única do Estado o que, na nossa opinião, configura manobra contábil para garantir fluxo de caixa ao Governo”, opinou a democrata, afirmando haver “discrepância entre o discurso da saúde financeira de Pernambuco e o que se vê na ponta, com atrasos e não pagamento de servidores e fornecedores”, acrescentou.
A denúncia recaiu, ainda, sobre o atraso nos empreendimentos que deveriam estar sendo financiados com os recursos do empréstimo, entre eles a Bacia do Fragoso, o Corredor Leste-Oeste e a Via Metropolitana Norte. “Além dos R$ 53 milhões executados, há mais R$ 100 milhões prontos para serem direcionados a essas obras importantes para os pernambucanos e que, até agora, não foram investidos”, alertou a deputada. “É preciso que seja dada uma explicação rápida e consistente à população”, concluiu.