O deputado Alexandre Frota (SP) parece estar bastante magoado com seu antigo partido, o PSL, e com o presidente Jair Bolsonaro, a quem ele atribui sua expulsão da sigla, na última terça-feira. Em sua primeira entrevista após o episódio, Frota disse que diz sua expulsão é “um aviso para aqueles que acham que estamos vivendo em uma democracia”. Segundo ele, o presidente do PSL, Luciano Bivar, que é seu amigo pessoal, ficou “entre a cruz e a espada”, quando Bolsonaro pediu a cabeça do deputado. “Entrei na sala do Luciano, na sala da vice-presidência da Câmara, e ele estava sentado, cabisbaixo, olhou para a minha cara, e eu já sabia naquela hora… Perguntei como estavam as coisas e ele disse: “Tá difícil, Frota. O Jair pediu para te tirar do partido, pediu sua expulsão”, descreveu, em entrevista à Folha.
Questionado sobre qual foi o estopim para sua expulsão, Frota soltou o verbo contra o presidente Bolsonaro. “Foram vários os fatores, mas o fato de falar a verdade incomodou muito, de criticar quem não gosta (de ser criticado) e não está preparado para as críticas. Isso pesou muito para o Bolsonaro. Bolsonaro não é burro, senão ele não chegaria onde chegou, mas é um idiota ingrato que nada sabe. Aquela cadeira de presidente ficou grande para ele e ele se lambuzou com o mel da Presidência. Bolsonaro se mostra, muitas vezes, infantil. Ele não está preparado para o cargo para o qual foi eleito, para o qual eu, infelizmente, ajudei a elegê-lo”, afirmou. Frota também contou que já recebeu convites de sete partidos – DEM, PP, MDB, PSDB, Podemos, PSD e PRB. E que, após se aproximar do governador de São Paulo, João Doria, está inclinado a se filiar ao PSDB.