Policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em operação contra fraudes na prefeitura de Paulista, no Grande Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

 

 

 

 

G1 PE

Uma operação contra fraudes em licitações e corrupção na prefeitura de Paulista, no Grande Recife, prendeu dois empresários, nesta terça-feira (28). A Justiça determinou também o afastamento das funções de um secretário municipal, de um responsável por pregões e de três servidores. São investigados contratos que totalizam R$ 600 mil na compra de alimentos.

Os presos são os empresários Norberto Pessoa Brito, dono da Kaluah, e Aluísio Mendes de Araújo, proprietário da Araújo Dantas. Foi afastado das funções na administração municipal o secretário de Políticas Sociais, José Augusto da Costa.

De acordo com a prefeitura, o secretário entregou o cargo e a secretaria de políticas vai abrir inquérito administrativo para apurar as denúncias.

O Prefeito Júnior Matuto (PSB) informou que o chefe de gabinete assume a secretaria. “Vamos fazer intervenção na secretaria e montar uma comissão de apuração dos fatos”, declarou.

Os outros funcionários proibidos de exercer as funções na prefeitura são o pregoeiro Marcos Veríssimo de França, Marina Dantas de Lima, que fiscalizava os contratos, Joseli Nunes da Silva, que recebia os alimentos entregues pelas empresas, além de Zenaide Carla Barbosa, que atuava no gabinete do prefeito.

Sobre os outros funcionários afastados, o prefeito afirmou que nunca recebeu denúncias de atos irregulares. “Temos mais de cinco mil servidores e não acompanho a vida pessoal de ninguém, mas vamos tomar as medidas cabíveis”, disse o prefeito.

Fraude

De acordo com o delegado Jean Rockfeller, diretor de Polícia Especializada, os empresários se uniram para fraudar a compra de alimentos para abrigos de acolhimento para idosos e dependentes químicos. “Eles se uniam para direcionar as licitações”, afirmou o policial.

Ao todo, a Vara Criminal da Comarca de Paulista expediu 15 mandados de busca, cumpridos em Paulista, no Recife e em Abreu e Lima, na Região Metropolitana.

Segundo Jean Rockfeller, na casa do responsável pelas licitações, a polícia apreendeu R$ 230 mil e uma arma. Também foram apreendidos cinco carros.

“Identificamos que os empresários não entregavam os alimentos ou forneciam produtos sem qualidade e até vencidos”, observou.

Investigação

A investigação, que resultou na operação desta terça, começou em janeiro deste ano e está sob a responsabilidade do delegado Diego Pinheiro, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco).

Denominada Convescote, a ação desta terça mira um grupo criminoso ligado a fraudes em licitações, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa.

Ao todo, 80 policiais civis do estado foram escalados pela ação, entre delegados, agentes e escrivães. Os presos e apreensões são encaminhados à sede do Draco, no bairro de Tejipió, no Recife.

Resposta

Sobre as investigações, o prefeito de Paulista disse que a gestão municipal vai colaborar com a polícia. “Tomamos conhecimento hoje de que algumas empresas vinham sendo investigadas no estado e aconteceu que essa operação foi aqui na cidade”, afirmou Júnior Matuto.

O gestor afirmou, ainda, que não recebeu queixas de precariedade nem falta de alimentos em abrigos. “Tivemos reunião com o Ministério público e não foi relatado problema sobre essa comida dos abrigos”, acrescentou.

O G1 tenta contato as defesas dos envolvidos na operação.