Alexandre Pedro, Psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo; Master Practitioner de PNL filiado ao NLP Academy; Hipnoterapeuta filiado ao International Board of Hipnosys e ao National Guild of Hipnotists

Presumo que todos nós já perdemos alguém querido. Mas como digerir o luto? É difícil, mas é preciso passar por essa fase. O luto tem um ciclo que deve ser respeitado e uma dor que precisa ser sentida. E cada pessoa tem um tempo diferente para superar uma perda. Pressionar alguém a voltar a ter uma vida normal, sem dar seu tempo necessário, implicará em outros problemas ou reações negativas. Não se deve esconder seus sentimentos e tampouco querer passar a imagem de que está tudo bem. Exteriorizar as emoções é a melhor forma de aliviar a dor e enfrentar o luto.

Cada pessoa tem uma maneira própria de lidar com dores, fracassos, frustrações. Há quem tenha mais facilidade para superar a perda. Outras, precisam de um suporte maior para restabelecer o equilíbrio emocional e até mesmo evitar possíveis traumas. São aquelas que demonstram raiva ou hostilidade excessiva, não expressam nenhum luto, ou apresentam mudanças significativas de comportamento, a ponto de interferir nas atividades cotidianas. Estas devem ter um acompanhamento com um profissional o mais rápido possível, antes que haja uma sucessão de gatilhos emocionais que, certamente, serão ainda mais difíceis de se controlar.

Vale lembrar que, como todo ciclo, é necessário que o luto tenha um fim. Olhar para a morte como um ponto final é esquecer tudo de maravilhoso que se viveu ao lado de quem partiu. É mergulhar na tristeza e se entregar ao sentimento de perda e de ausência. Não permita que isso aconteça. Viva seu luto, mas saiba a hora de seguir em frente, ainda que a saudade te acompanhe. Reconstruir sua vida será o grande próximo desafio. Conte com amigos e familiares para este recomeço. Se não for o suficiente, aposte na terapia. Ela irá reestruturar suas emoções e seu equilíbrio interior, te impulsionando a um novo ciclo.