Idosa estuprada pelo genro tenta se recuperar após os abusos - Foto: Luís Carlos Oliveira/TV Jornal

Aos poucos, a idosa de 102 anos, estuprada pelo genro na cidade de Pombos, na Zona da Mata de Pernambuco, começa a criar coragem para sair do quarto e caminha pela própria casa com a ajuda de parentes. O medo do genro era tão grande que sentar no sofá parecia ser assustador.

Hoje, ela já consegue sorrir e brincar com uma boneca, que ela chama de “filha”. O pedreiro José Ferreira da Silva, de 44 anos, foi preso em flagrante há uma semana. Os abusos foram descobertos graças a uma câmera escondida, comprada pela família.

Família

O equipamento foi colocado de forma estratégica, bem em frente onde a idosa dormia. A estudante Talita Bernardo, uma das netas, conta que as desconfianças da família começaram no fim do ano passado. Apesar de não estar lúcida, a idosa mudou o comportamento. No dia 7 de março, as netas flagraram o estupro da avó pelas imagens transmitidas pela câmera.

“Quando foi em janeiro, minha irmã viu ele no quarto, só de cueca, e ela sentada. Demonstrava aparência de choro e triste. Aí foi quando  a gente decidiu realmente comprar a câmera. Inclusive, quando ela ia dormir, aparecia com mais roupas. A gente colocava uma camisola, ela levantava e colocava uma blusa, um vestido. Acho que já era sinais do que vinha acontecendo”, disse Talita.

O caso ganhou repercussão. Em Pombos, a 58 km do Recife, muitas pessoas ficaram surpresas com o crime cometido pelo pedreiro. “Se na comunidade ele mostrava ser uma pessoa, dentro de casa ele demonstrava ser outra. Então quem vê cara não vê coração. Realmente é revoltante”, afirmou a dona de casa Flávia Otaciliana da Silva.

A filha da idosa, a dona de casa Jane Bernardo de Oliveira, conta que a defesa do ex-marido está culpando a vítima pelos abusos. “A defesa dele fica difamando a minha mãe, falando que ele tinha um caso com a minha mãe há muito tempo. Isso não é verdade. Eu não sei quem é o advogado dele, mas eu queria que ele, como uma pessoa, um profissional que ele é, que ele pare. Faça o trabalho dele profissionalmente, mas não fique difamando a minha mãe, que ela está indefesa.”

A idosa, agricultora a vida toda, completou 102 anos essa semana. Não sabia seque que era o aniversário dela. Apesar da dor e do trauma, a família tenta se reerguer. ( Radio Jornal).