Humilhado e fritado publicamente, Gustavo Bebianno deve se dedicar a derrubar Jair Bolsonaro e os filhos contando o que sabe.

A única certeza dessa lambança da fritura de Gustavo Bebianno é a de que vai ter troco.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ex-coordenador da campanha de Bolsonaro, foi submetido a uma humilhação pública escabrosa por parte do chefe e, pior, do “garoto” dele.

Carlos desmentiu Bebianno no Twitter, o pai replicou e, à noite, contou que ele poderia “voltar às origens” em entrevista na Record (quem precisa de porta voz com a emissora do bispo Macedo à disposição?).

Carlos é alter ego de Jair, mas num grau de maldade, histeria e maquiavelismo inéditos. Faz uso do parentesco para dar ordens, insuflar os cães e passar recado aos inimigos nas redes sociais.

Bebianno foi exposto como um cachorro sarnento, um verme, um lixo que os Bolsonaros — porque se trata de uma espécie de Cérbero com várias cabeças — engoliram e querem defecar.

Segundo a Folha, ele desabafou com amigos após o aviltamento na TV.

Disse que “está triste e sem palavras para definir o tamanho da decepção que sente”, afirma a nota.

Bebianno se queixa de que se engajou e acreditou em Bolsonaro quando ninguém punha fé no sujeito.

Já tinha pontuado que não é “homem de postar coisas em redes sociais, de ficar acompanhando”. Metido no laranjal que plantou, deve ser a primeira baixa do hospício nazi tocado pela família.

Faixa preta de jiu jitsu, apresentava-se na campanha bolsonarista como tesoureiro, presidente do PSL e assessor de imprensa.

Carlos nunca perdoou Bebianno pelo papel que ele teve em tirar de suas mãos a Secom e colocá-la na aba de seu ministério.

O ‘Zero 2’ chegou a anunciar, quando perdeu a mamata, que deixaria de cuidar da “comunicação” de Jair. Mentira, como se viu.

Bebianno vai ser instrumental na queda de Jair Bolsonaro. Vexames desses não saem de graça.

O laranjal é grande. Flávio está numa situação frágil. O PSL é um circo.

O presidente é um inepto, refém de crianças descompensadas. Quem vai segurar a onda? Os generais? A vingança é evidente.

Enquanto o governo apodrece, Mourão vai assistindo a coisa cair no seu colo sem precisar fazer mais do que está fazendo: dar pitacos na Globo.

Por Kiko Nogueira, DCM

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