A Assembleia Legislativa deu posse ao governador reeleito de Pernambuco, Paulo Câmara, e à vice-governadora, Luciana Santos, em solenidade realizada nesta terça (1º), no Plenário do Edifício Miguel Arraes de Alencar. Foi a primeira vez que a nova sede do Poder Legislativo Estadual, inaugurada em 2017, recebeu a cerimônia que marca o início de um novo mandato no Governo do Estado.
Governador e vice foram conduzidos à mesa dos trabalhos pelos líderes do Governo e da Oposição na Casa, deputados Isaltino Nascimento (PSB) e Sílvio Costa Filho (PRB), respectivamente. Após a execução do Hino Nacional pela Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), recebeu as declarações públicas de bens dos empossados e proferiu discurso.
Ao usar a palavra, o parlamentar ressaltou a importância da convivência harmônica e republicana entre as instituições e os poderes estaduais. “O processo político-legislativo exige tanto do Executivo quanto do Legislativo equilíbrio, respeito e convergência de interesses que podem ser resumidos em um só: lutar pelo bem do povo Pernambucano”, declarou. “A Casa de Todos os Pernambucanos está sempre aberta para se constituir como o principal canal de diálogo entre a sociedade e os gestores públicos.”
Na sequência, Câmara e Santos prestaram os termos do compromisso constitucional perante a Mesa Diretora da Alepe, conforme determina o art. 236 da Carta Magna pernambucana. Pelo texto, os eleitos prometem “manter, defender e cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil e a deste Estado, respeitar as leis, promover o bem coletivo e exercer o cargo sob a inspiração das tradições de lealdade, bravura e patriotismo do povo pernambucano.”
Ao tomar posse para o segundo mandato, Paulo Câmara anunciou um governo “orientado pelo compromisso maior das forças progressistas do nosso Estado”. Ele defendeu o legado dos últimos quatro anos nas áreas de educação, gestão pública e combate à violência. Também observou que futuras medidas para aperfeiçoar serviços públicos dependerão do contexto econômico, social e político nacional.
“As próximas administrações estaduais tomam posse após uma das campanhas mais radicalizadas da história do Brasil. É urgente desmontar os palanques, desarmar os espíritos e buscar o mínimo de convergências que nos permitam preservar as conquistas democráticas e avançar”, avaliou o governador.
Por outro lado, Câmara salientou que “a submissão é incompatível com o espírito libertário dos pernambucanos”. “Apoiaremos decisões que beneficiem Pernambuco e o Nordeste, como a conclusão das obras da Transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia Transnordestina, mas seremos contra iniciativas que comprometam o futuro do Estado e da região, como a privatização da Chesf”, exemplificou.
Nesse contexto, o chefe do Executivo Estadual defendeu o que chamou de “política com ‘P’ maiúsculo”, em que se saiba “ouvir e falar com franqueza e lealdade, sem prejulgamentos, discriminação ou qualquer tipo de intolerância”. “O amor ao Brasil não é monopólio de nenhum brasileiro, seja civil ou militar. Morrer em um campo de batalha é uma forma de amar o Brasil. Ocupar as ruas em defesa da democracia também é”, considerou o governador.
O Termo de Posse foi lido pelo primeiro-secretário da Alepe, deputado Diogo Moraes (PSB), e assinado pelo governador e pela vice-governadora. Ainda compuseram a mesa dos trabalhos o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Adalberto de Oliveira Melo, o senador Humberto Costa (PT-PE) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio. A reunião foi encerrada com a execução do Hino de Pernambuco.
Novo mandato – O governador Paulo Câmara foi reeleito no primeiro turno das eleições de 2018 obtendo 50,7% do total de votos válidos no pleito – mais de 1,9 milhão. A reeleição dele levou o PSB ao quarto mandato seguido à frente do Executivo Estadual, em uma sequência iniciada pelo ex-governador Eduardo Campos.
Paulo Henrique Saraiva Câmara tem 46 anos e é natural do Recife. É formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na qual também fez especialização em Contabilidade e Controladoria Governamental e mestrado em Gestão Pública. Atuou como secretário nas pastas de Administração, Turismo e Fazenda no governo Eduardo Campos.
Apesar da reeleição do gestor, houve mudança no cargo de vice-governador: Raul Henry foi candidato a deputado federal pelo MDB, conquistando uma cadeira na Câmara Federal, em Brasília. Formada em Engenharia Elétrica pela UFPE, Luciana Santos tornou-se, então, a primeira mulher eleita vice-governadora em Pernambuco. Parlamentar da Alepe entre 1996 e 2000, ela também foi prefeita de Olinda (2001-2008), secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (2009-2010) e deputada federal pelo PCdoB (2011-2018).