A cena emblemática expôs de forma dramática a luta de uma mãe que virou símbolo de resistência. Esgotada física e emocionalmente, a professora Lucinha Mota desmaiou em plena sede do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no Recife, na saída de um julgamento no dia 12 de dezembro deste ano.
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Na ocasião, uma decisão de um grupo de desembargadores foi fundamental para o avanço das investigações sobre o homicídio de sua filha, Beatriz Mota, de apenas sete anos de idade, encontrada morta em Petrolina, no Sertão pernambucano, em 2015. Envolto em mistério, o crime que chocou a cidade ainda não foi esclarecido, o que motivou uma luta incansável de Lucinha e de sua família por justiça.
Em três anos, foram inúmeras as mobilizações e cobranças por respostas. Para chamar a atenção e pressionar os responsáveis pela investigação, ela exigiu reuniões, convocou a imprensa, fez protestos na rua. Nunca esmoreceu.
No último deles, bloqueou por alguns minutos a rua em frente ao TJPE e, numa decisão tomada neste dia, viu os desembargadores determinarem a prisão de um ex-funcionário da escola onde o corpo da filha foi encontrado. Ele teria, segundo a Polícia, apagado as imagens do circuito interno de câmeras que poderiam elucidar o crime. “Eu e Sandro (pai de Beatriz) dedicamos nossas vidas para buscar justiça. Não nos escondemos. Não temos medo. Nada nos intimida. Doa a quem dor, seja quem for, iremos até as últimas consequências”, desabafou.
Por: André Duarte Portal OP9