Marisa Gibson, na coluna DIARIO POLÌTICO deste sábado

Fernando Haddad (PT), candidato a presidente da República, chega chegando na disputa eleitoral, com o apoio do ex-presidente Lula. Todo mundo esperava. Agora, para permanecer no páreo, quem está ficando pra trás tem que brigar duas vezes: contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas, e contra Haddad, que, em questão de dias, saiu de 4% para 9% e agora está com 13%  numericamente empatado com Ciro Gomes (PDT), de acordo com o Datafolha.

Se nos próximos levantamentos não houver um crescimento significativo dos concorrentes,  que ainda estão abaixo da linha do segundo turno, a disputa poderá  ser decidida mesmo entre Bolsonaro e Haddad. A briga entre Haddad e Ciro tem um componente especial para os nordestinos e para os pernambucanos. Entre os dois há uma região – o Nordeste – que representa 26% do eleitorado nacional e que praticamente garante a eleição de um presidente.

Já se sabe que os nordestinos são eleitores confessos de Lula, mas o Brasil não é o Nordeste. E é melhor que seja assim. Mesmo sabendo que  Lula fez muito pela região, o voto de cabresto – votar só porque é o ex-presidente pede –  não é algo que deva ser estimulado.

Porém, a boa performance de Haddad favorece diretamente o governador Paulo Câmara (PSB), que administrou o seu projeto de reeleição com um pragmatismo selvagem: foi atrás do voto de cabresto com unhas e dentes. Sem o apoio de Lula, Haddad e PT, o PSB corria o risco de ver o seu projeto ruir. Agora, se canoa não virar…