Desde 1982, quando foram restabelecidas no Brasil as eleições diretas para os governos estaduais, Pernambuco sempre teve múltiplos candidatos na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Mas apenas dois eram competitivos. A exceção foi 2006 quando se lançaram na disputa o então governador Mendonça Filho (reeleição) e os ex-ministros de Lula Humberto Costa e Eduardo Campos. Os três eram competitivos, sendo que foram ao segundo turno Mendonça e Eduardo, com vitória deste último por larga margem. Mendonça não teve com quem se aliar no segundo escrutínio, o PT descarregou seus votos no candidato do PSB, e o resto da história Pernambuco conhece. Teríamos agora em 2018 um cenário parecido com o de 2006, se o PT tivesse mantido Marília Arraes na competição. Sem ela, a eleição ficou polarizada entre Paulo Câmara e Armando Monteiro.
Há outros dois candidatos que poderão, em tese, levar a disputa ao segundo turno – o ex-prefeito Júlio Lossio (que vai apresentar sua chapa hoje no Recife) e o ex-deputado Maurício Rands. Lossio aparentemente tem mais chances de receber os votos dos eleitores que rejeitam as candidaturas de Paulo e Armando, até porque foi prefeito de Petrolina duas vezes e tem forte inserção política no sertão do São Francisco. Já Rands terá dificuldades até para explicar aos eleitores por que decidiu voltar à política após ter renunciado ao mandato de deputado federal em 2012, sem dar qualquer explicação às suas bases. Mas a soma dos dois pode tornar o segundo turno inevitável. (Inaldo Sampaio).