Pré-candidato do MDB também apresentou propostas de governo em entrevista concedida à Gazeta do Povo

Por Juliana Gonçalves

Próximo da convenção do MDB que deve oficializar Henrique Meirelles como candidato ao Planalto, o ex-ministro da Fazenda concedeu entrevista nesta segunda-feira (23) à Gazeta do Povo, do Paraná. Ao ser questionado pelos jornalistas o porquê da reforma Trabalhista, aprovada no ano passado, ainda não ter surtido o efeito esperado, Meirelles disse que a incerteza eleitoral causa desconforto na população por conta da instabilidade na economia.ÁUDIO: Acesse está matéria na versão para radialistas

Meirelles afirma que a diminuição das ofertas de emprego foi reflexo da greve dos caminhoneiros, em maio deste ano, mas que também houve diminuição por conta da postura de candidatos ao Planalto que querem voltar com medidas políticas que causaram recessão no país, a exemplo da revogação do teto de gastos. Sendo assim, a incerteza eleitoral faz empresários repensarem as atitudes, pensando na conseqüência caso a reforma Trabalhista seja cancelada.

“Quando esses candidatos começaram a fazer essas propostas, aí sim, o Brasil teve sua economia caindo. Por razões óbvias. Quantas pessoas não me disseram isso: “Eu estava pensando em comprar uma televisão financiada, um fogão, uma geladeira… Mas como eu não sei se vou ter emprego no ano que vem, esse ano de eleição está meio complicado, então eu vou adiar a minha compra”. Ou ainda o empresário, que ia comprar uma máquina, já com tudo pronto e falava “vou adiar [a compra] e esperar o resultado da eleição”. Isso tudo leva à diminuição do ritmo da atividade econômica. E esta é a realidade, sim. E eu responsabilizo, sim, essas propostas irresponsáveis que estão sendo feitas como a maior razão e causa desta diminuição desse ritmo da atividade”, criticou.

Meirelles ainda cita as propostas de governo, caso seja eleito. A prioridade é garantir a restauração do emprego, segurança pública, investimentos em saúde pública e educação. Segundo o ex-ministro da Fazenda, é uma obrigação de qualquer governo oferecer melhores condições para os cidadãos. Ao falar de reformas, o presidenciável defendeu mudanças nas leis previdenciárias.

“A reforma da Previdência é importantíssima para o país, e não são os analistas que dizem, eu fiz a proposta, e fui o primeiro a dizer. Agora, a reforma da Previdência não é algo que tem um efeito de curtíssimo prazo, ela não vai ter efeito esse ano, imediatamente, e reforma tem um efeito que vai se acentuando ao longo dos anos. Agora, se não for feita a reforma, teremos problemas gravíssimos do país”, avaliou.

Henrique Meirelles também citou que deve investir na simplificação tributária para garantir a estabilização da economia no país. Para lançar sua candidatura, ele precisará de pelo menos metade mais um dos votos dos delegados do MDB na convenção nacional do partido, marcada para 2 de agosto.