Por: Folha de Pernambuco, com informações de Arlene Carvalho
Os laudos da perícia criminal do caso do cardiologista assassinado em Aldeia Dernirson Paes da Silva, 54, podem estar prontos na próxima semana. É o que acredita a gerente geral da Polícia Científica em Pernambuco, Sandra Santos. Segundo ela, a perícia ainda em andamento é a médico-legista, que pode confirmar a causa da morte do médico e que ainda não possui prazo definido para ser concluída.
De acordo com Sandra Santos, esses laudos correspondem às perícias no local do crime e a genética – que identificou que os restos mortais eram de Denirson e foi realizada no Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC). “A perícia médico-legista não tem prazo definido e leva tempo, principalmente pelo estado em que os fragmentos
chegaram. Muito fragmentados. Isto é um dificultador, mas estamos confiantes”, comenta a perita.
Ainda de acordo com a Sandra Santos, novas perícias podem ser solicitadas. “A investigação continua em andamento, logo, novas perícias podem ser solicitadas e feitas”, afirmou.
Entenda o caso
O desaparecimento do médico cardiologista Denirson Paes da Silva vinha sendo investigado desde junho passado. Em um Boletim de Ocorrência registrado no último dia 20 de junho, a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, alegava que a vítima teria viajado para fora do País e que não teria retornado. A delegada Carmem Lúcia, de Camaragibe, desconfiou do envolvimento dos familiares e solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio em que eles moravam.
Os primeiros restos mortais do médico, que foi esquartejado, foram encontrados no último dia 4 dentro de uma cacimba na casa onde morava com a família, em um condomínio na estrada de Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife.
Para a polícia, há indícios suficientes da participação da esposa e do filho do casal Danilo, 23 anos, na morte e ocultação do cadáver do médico. A farmacêutica e o filho estão presos temporariamente – ela na Colônia Penal Feminina, no Recife; e ele, no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na RMR.
Vizinhos do médico afirmaram que dois funcionários dele prestaram depoimento. Um deles teria afirmado que a esposa da vítima o chamou dias atrás para fechar, com
cimento, uma cacimba que já estaria lacrada com uma tampa “bastante pesada para ser carregada por uma pessoa só”. O homem teria notado um mau cheiro, mas a
farmacêutica alegou que um gato tinha morrido dentro da cacimba.
O segundo funcionário contou à polícia que o médico, pouco antes de desaparecer, tinha explicado a ele que não precisaria mais de seus serviços porque estaria se separando e iria morar no Recife.