Josias de Souza

Elsinho Mouco, o marqueteiro de Michel Temer, enxergou no tombo que Tite levou ao festejar o primeiro gol da Seleção Brasileira na partida contra a Costa Rica uma oportunidade para encher a bola do seu cliente. “O presidente Michel Temer também vai se levantar quando forem reconhecidos os gols do seu governo”, escreveu no Facebook.

Não foi uma boa analogia. Tite, quando cai, pode dizer: “Do chão não passo.” Em questão de segundos, surgirá um craque com músculos suficientes para içá-lo do gramado. Temer, com seus 82% de impopularidade, atingiu o subsolo da existência. No caso do presidente, o fundo do poço é apenas uma escala na sua descida rumo aos nove círculos do inferno.

Entretanto, se você reparar bem verá que o marqueteiro tem certa razão. Não existe motivo para pessimismo. Há duas denúncias contra Temer no freezer. Oportunidade ideal para que a Justiça tome providências a partir de 1º de janeiro de 2019. Correm no Supremo dois inquéritos contra o presidente e ministros-amigos. Mais uma chance para que o braço repressor do Estado alcance pessoas poderosas.

Quando os gols que Temer e Cia. fizeram contra o interesse público forem finalmente reconhecidos, o brasileiro perceberá que vive no local ideal para o surgimento de um país inteiramente novo do ponto de vista ético.

Corrupção não falta. Pode faltar um goleiro com o porte atlético do Cássio para levantar os caídos. Mas sempre haverá um agente da Polícia Federal ao alcance da mão. O marqueteiro tem razão: ”Temer também vai se levantar.”