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Uma reunião entre os apoiadores da vereadora do Recife, Marília Arraes, lotou o auditório do sindicato dos bancários na Boa Vista, área central do Recife, na manhã do domingo (10). O encontro teve a finalidade de traçar uma agenda de pré-campanha, mas não contou com a presença da parlamentar, que precisou cumprir outras agendas partidárias. Apesar do lançamento da nota da executiva nacional, sinalizando para as alianças com o PSB, PCdoB e outros partidos, os entusiastas da candidatura própria de Arraes se recusam a aceitar que possam ter que subir no palanque da Frente Popular, do governador Paulo Câmara (PSB).

De acordo com a assessoria de Marília, a pré-candidatura ao Governo de Pernambuco continua mantida e o calendário de atividades segue do mesmo modo até o dia 26 e 27 de julho, quando será realizado o encontro com os dirigentes estaduais. A partir desta semana, Marília Arraes deve iniciar conversas e negociações para apresentar um plano de governo.

Os questionamentos quanto à manutenção da pré-candidatura de Arraes tiveram início no último sábado (9), quando a executiva nacional lançou a ‘Resolução da Comissão Executiva Nacional sobre tática eleitoral’. Na nota, a candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao Planalto é colocada como prioridade máxima – mesmo que o apoio de outros partidos sacrifique palanques estaduais. Além disso, o texto ainda sinaliza para a formalização de uma frente de esquerda, formada, também, pelo PSB e PCdoB, o que, a depender dos termos do acordo, poderia minar a candidatura de Arraes ao Palácio do Campo das Princesas.

Mesmo clima

Apesar da decisão da executiva nacional, a deputada estadual Teresa Leitão explicou que, por enquanto, nas bases “o clima continua o mesmo”. “Houve uma interpretação de que a resolução retiraria as candidaturas estaduais, mas não. As candidaturas estaduais estão dialogando com a nacional, mas como a discussão nacional começou agora, a gente não sabe se vai lograr êxito com essa aliança nacional com o PSB. A gente tem que fortalecer a candidatura, com o esticamento do encontro, que era hoje e passou para o final do mês de julho. A gente vai ter que ocupar esse período todo com aquilo que a gente ocuparia, caso o encontro estivesse sido ocorrido hoje”, ressaltou Teresa.

Sobre a nota lançada pela executiva nacional, o presidente estadual da sigla, Bruno Ribeiro, explicou que se tratava de uma formalização de uma discussão “desde quando Lula ainda estava livre”, já que, de acordo com ele, o diálogo por uma aliança nacional já estavam em andamento. Ainda segundo Ribeiro, não houve uma oficialização sobre o acordo e nem de como deveria ser essa aliança. “Uma negociação que está em curso”, afirmou. Já que, “nós como cada estado vamos seguindo o nosso roteiro. A aliança pode ou não se confirmar”.

Nesse contexto, Marília vai tentando otimizar o tempo para organizar seu plano de governo e até costurar um palanque no Estado, já que o partido ainda trabalha com a possibilidade – mesmo que a cada dia mais remota – sobre a candidatura própria. “Marília muito bem colocada de acordo com pesquisas internas”, reforçou o presidente Ribeiro.