A definição sobre quem o PSB vai apoiar para presidente da República, com a desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, passa por uma guerra de poder no partido. O PSB de Pernambuco privilegia uma aliança com o presidenciável do PT em troca da retirada da candidatura de Marília Arraes, que hoje faz sombra ao governador Paulo Câmara (PSB) na disputa pela reeleição. Se ela vencer, a ala pernambucana perde o controle da sigla para o grupo do governador paulista Márcio França, que está muito forte e defende o apoio ao tucano Geraldo Alckmin.

O senador escancarou o acordo. Na quarta, defendeu da tribuna do Senado que Marília retirasse sua candidatura em prol da aliança com o PSB. O PT nacional interferiu e adiou a convenção local para o dia 10 de junho. (na verdade, a decisão foi tomada no final de semana passado e não no dia do discurso do senador)

Marília, que é vereadora, desembarcou em Brasília no mesmo dia para contornar o movimento. Ela avalia que vai superar o governador Paulo Câmara quando o eleitorado associá-la como a “candidata de Lula”. Por ora, ainda é a “neta do Arraes”.

No JC dessa sexta-feira

No momento em que a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) corre o risco de ser rifada por uma aliança com o PSB, a oposição faz gestos coordenados para possibilitar dois palanques contra o governador Paulo Câmara. Provável candidato da oposição, o senador Armando Monteiro (PTB) assinalou inclusive que um pode apoiar o outro no 2º turno.

“Nós estamos ao lado de Armando e vamos trabalhar para ele estar no segundo turno. Caso isso não aconteça, no segundo turno nós estaremos com a vereadora Marilia Arraes”, afirmou o líder da oposição na Assembleia Legislativa, Silvio Costa Filho à <CF292>Rádio Jornal. </CF>Já o deputado federal Silvio Costa (Avante) levou Marília ao plenário da Câmara para defender a sua candidatura há dois dias.

“Se vierem a ser confirmadas, serão duas candidaturas de oposição. Na hipótese de existirem duas, é natural que sendo ambas de oposição, você tenha um entendimento no segundo turno”, disse Armando.

Em Brasília, Marília Arraes teria recebido uma “enquadrada” da Direção Nacional do PT em relação à candidatura própria, noticiou ontem, o repórter Romualdo de Souza, da <CF292>Rádio Jornal</CF>. Segundo ele, o PT nacional teria alertado Marília de que trabalha por uma aliança prioritária com o PSB no plano nacional que, caso se concretize, terá implicações nos palanques estaduais.

Questionado sobre reservar uma vaga para o senador Humberto Costa (PT) na chapa majoritária, Paulo Câmara disse ontem que tem a intenção de reeditar a Frente Popular nos moldes que ela foi concebida por Eduardo Campos, falecido em 2014. “Temos que entender as questões internas de cada partido. Estamos à disposição para o diálogo com o PT e todos os partidos de esquerda que queiram estar junto conosco para ampliar a Frente Popular”, prometeu.

O deputado federal Bruno Araújo (PSDB) afirmou que a posição de Silvio Filho é natural, pela sua relação política com o PT. Ele foi candidato a vice na chapa do ex-prefeito do Recife João Paulo em 2016. “Ele só erra em cogitar algo que não seja a vitória do nosso candidato”, disse o tucano. Já Mendonça Filho (DEM) disse que não cogita o bloco de oposição fora.