Diante de uma plateia de cerca de mil apoiadores,
majoritariamente da área da cultura, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu na noite desta terça-feira, 16, no Rio, que a Justiça Federal em Porto Alegre fez “leitura dinâmica” da sentença do juiz Sérgio Moro, que o condenou no processo do tríplex do Guarujá (SP).
O petista afirmou ainda que seus opositores “querem transformar o Brasil no Caldeirão do Huck”, numa referência ao apresentador da TV Globo Luciano Huck, aventado como possível candidato à Presidência, embora já tenha negado a possibilidade.
“Não posso falar dos juízes de Porto Alegre, não conheço. Mas acho estranho que tenham dito que a sentença do Moro é irretocável, sem ler. Leram não sei quantas mil páginas em poucos dias. Mas tem a leitura dinâmica”, ironizou Lula, no evento “Em Defesa da Democracia e de Lula”, realizado no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, zona sul do Rio.
Antes, na porta do teatro, foi realizado um pequeno mas ruidoso protesto que pedia “Lula na cadeia já”.
O ex-presidente voltou a fazer críticas ao juiz Sérgio Moro, que o condenou em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão no caso do tríplex. “Juízes com o comportamento dele deveriam ser exonerados.”
Acompanharam Lula no palco do Casa Grande a cantora Beth Carvalho, o humorista Gregorio Duvivier, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, os diretores de teatro Aderbal Freire-Filho e Amir Haddad e os atores Dira Paes, Chico Diaz, Herson Capri, Cristina Pereira, Bete Mendes, Antonio Pitanga e Osmar Prado, entre outros. Também esteve presente o coordenador do Movimento dos Sem Teto, Guilherme Boulos, cotado como possível opositor de Lula na corrida presidencial, numa chapa do PSOL. O compositor Chico Buarque ajudou na mobilização, mas não compareceu.
Agência Estado