Apesar da expectativa inicial do governo de encerrar o ano com a reforma da Previdência aprovada na Câmara, a votação ficou agendada para fevereiro do ano que vem. O que não significa que, nos bastidores, governistas e base aliada deixarão o tema esquecido durante o recesso parlamentar.
Em evento no Palácio do Planalto nessa segunda-feira (18), o presidente Michel Temer voltou a convocar os parlamentares em prol da proposta e afirmou que não se pode “ter medo” para votar as mudanças. Além disso, criticou aqueles que apoiam o governo apenas em algumas ocasiões. “No governo é assim, quem é governo, tem que ser governo, não é verdade? Não dá para ser governo para um episódio, para vir aqui falar com o presidente e ser contra o governo em outros episódios, ser contra o governo em uma matéria que diz respeito aos interesses do país”, disse em discurso.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), considera que a reforma tem que ser vista com bons olhos por quem quer o melhor para o futuro do Brasil. “As classes empresariais estão ajudando, na área do comércio, da indústria, da construção, de serviços. A Previdência ficou boa, ficou muito boa, o governo cortou pela metade a primeira reforma proposta”, garantiu.
Segundo o governo, o objetivo principal da reforma é corrigir distorções e cortar privilégios. A proposta não mexe com a aposentadoria rural, nem com o Benefício da Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda e portadores de deficiência.
A regra permanente da reforma da Previdência prevê que a idade para pedir aposentadoria será de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, tanto do setor privado como do público. Mas o tempo mínimo de contribuição é diferente. No INSS, o mínimo são 15 anos de contribuição, e no serviço público, 25 anos.