O secretário de Segurança, Roberto Sá, enalteceu nesta quarta-feira (6) a prisão de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, e afirmou que vai pedir a transferência dele para um presídio federal. Para Sá, a mudança dificultaria a articulação da organização criminosa.
“Não tenho dúvida de que sua prisão desarticula e desorienta as pessoas que o seguiam e o tinham como chefe desse bando”, afirmou Sá.
“A História do Rio, infelizmente, mostra que essas pessoas são sucedidas e outros surgem. Por isso, tenho outra fala e suplico por maior compreensão: Há fatores que não interferimos. Prisões acontecem dia e noite”, concluiu.
Sá lembrou que o criminoso participou da invasão do Hotel Intercontinental, em São Conrado, há uma década. O caso ocorreu em agosto de 2010, quando um grupo de traficantes da Rocinha entrou em confronto com a polícia em São Conrado, após serem surpreendidos quando voltavam de baile funk.
“Prisão emblemática. Embora não goste de enaltecer nem glamurizar criminoso, é um criminoso que há mais de 10 anos vem causando problemas para o Rio. Há 10 anos, disparava tiros de fuzil na Avenida Niemeyer. Fez dezenas de pessoas prisioneiras no Hotel (Intercontinental) para se entregar à polícia”.
Rocinha não tem nova guerra pelo tráfico, diz Sá
Logo após a prisão, a Rocinha – até então dominada pelo traficante – foi alvo de tiroteio. De acordo com o secretário, os disparos ouvidos na favela da Zona Sul não foram entre traficantes rivais. Até agora, diz, não houve briga pelo comando do comércio ilegal de drogas na região.
“Informação é que não houve conflito. Grupo do criminoso rival atirou. (Eles) estariam atirando para comemorar a prisão”.
Logo após a prisão, ainda na Cidade da Polícia, selfies de agentes com o criminoso se espalharam na web. Nas imagens, os policiais aparecem sorridentes. Em uma delas, o próprio traficante aparece sorrindo mesmo algemado. Sá minimizou o episódio.
“Ele é mais um dos quatro mil criminosos que as polícias prendem por mês, mesmo com a escassez de recursos. Mas é emblemática, sim. Houve uma euforia, uma alegria que – é muito possível pelas fotos – que tenha passado do ponto”.
Prisão de Rogério 157
Rogério 157 era o bandido mais procurado do Rio de Janeiro, com recompensa estipulada em R$ 50 mil. Ele foi preso na comunidade do Arará, na Zona Norte do Rio, e levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Na chegada à delegacia, questionado se esperava ser preso, respondeu apenas que “não”.
O traficante foi capturado por policiais da 12ª DP (Copabacana) e da 13ª DP (Ipanema), que vasculhavam o local para cumprir mandados de prisão.
Rogério 157 x Nem
Em setembro deste ano, uma batalha sangrenta entre facções rivais na Rocinha levou à realização de operações de segurança quase diárias, com o reforço das forças de segurança. Nos primeiros dias, 1,1 mil homens atuaram na favela, sendo 550 homens das Forças Armadas (fuzileiros navais, Exército e Força Aérea Brasileira) e 550 da Polícia Militar.
Rogério 157 foi braço-direito do antigo chefe do tráfico na comunidade Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que está no presídio federal de Rondônia. Após a prisão de Nem, Rogério assumiu o controle do tráfico na Rocinha.
Segundo testemunhas, em agosto desse ano, Nem teria determinado que Rogério 157 entregasse a comunidade. Rogério estaria impondo a cobrança de taxas para o comércio e controlando a venda de gás, água mineral e carvão, entre outras práticas típicas de milicianos, o que desagradou a Nem.