A insegurança quanto ao futuro do PMDB, que pode ser esticada com a judicialização do processo, coloca em banho-maria a formação de chapas do governador Paulo Câmara. Pelo andar da carruagem e com a promessa- de ambos os lados- de lutarem até o último cartucho, há a expectativa de que as articulações sejam definidas somente no limite dos prazos da Justiça Eleitoral.
A incerteza tem causado inquietação na Frente Popular porque o grupo pode ter que trabalhar coligações em que os aliados correm risco de, depois, perder legenda, o que atrapalha a matemática do coeficiente eleitoral das bancadas. O rumo do PMDB preocupa, sobretudo, Paulo, que pode ficar sem o maior tempo de propaganda na televisão, caso o partido vá para as mãos senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB).
“Embora eu ache que os deputados Jarbas Vasconcelos e Raul Henry não estejam pensando nisso, porque estão preocupados com a manutenção do diretório, os partidos da Frente vão ter que se sentar e discutir essa questão. Como vai se fazer uma chapa, chamar outros deputados, com essa indefinição?”, questionou, em reserva, um membro do Palácio.
As alianças podem ficar embaralhadas porque, caso o PMDB fique com Fernando e vá para oposição, o grupo ligado a Jarbas deve migrar para outras siglas. Eles podem se filiar até 2 de abril. O PSD, PPS e PSB já sinalizam que estão de portas abertas.
De acordo com o presidente estadual do PSD e deputado federal, André de Paula, se Jarbas quiser se filiar, será para liderar a sigla, além de ter garantida a vaga para o Senado. “O homem que foi duas vezes prefeito, governador, senador, é o líder de partido. Fui presidente de um em que o líder era Marco Maciel. Eduardo Campos e Arraes foram, tendo outros presidentes”, disse o parlamentar e ex-secretário do governo Jarbas.
Ele também disse que o PSD pode acomodar outros peemedebistas. Segundo ele, a sigla iria se fortalecer com mais quadros, podendo fazer três federais e mais um estadual, além dos quatro atuais.
Já o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), afirmou que embora o desejo de Jarbas seja de permanecer no PMDB, o PPS poderia abriga-lo. “Jarbas é aliado histórico. Qualquer partido que Jarbas venha a se filiar, vai ganhar”, acrescentou. No entanto, Raul não garante a Jarbas a candidatura ao Senado.
A Frente Popular vai para as urnas com dois nomes a senador. Com o PMDB de Jarbas enfraquecido, que antes era carta certa na majoritária, crescem os anseios da deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e do deputado estadual, André Ferreira (PSC) na vaga. Há, ainda, o senador Humberto Costa, caso o PT apoie Paulo. Os nomes serão fechados de 20 de junho a 5 de agosto, prazo das convenções, que oficializam as candidaturas.
Apesar de uma eventual saída do PMDB trazer falta de clareza nas composições e impactar no guia, o governador minimizou a questão ao dizer que confia na Justiça. “Vou estar junto com Jarbas e Raul em 2018, que são as pessoas do PMDB ético. Estou muito tranquilo quanto a isso”. Já Luciana Santos disse que não deve pesar tanto na campanha de Paulo porque a oposição está com o presidente Michel Temer (PMDB), que é impopular. “No final é isso que vai contar”, concluiu Luciana. ( FolhaPE).