A proposta de abertura de capital da Caixa Econômica Federal (CEF), que transformaria o banco público em sociedade anônima (S/A), foi excluída do texto do novo estatuto da instituição em reunião do Conselho Administrativo (CA) realizada nesta quinta-feira (7).

Trabalhadores da CEF comemoram a vitória, já que, segundo eles, a abertura de capital do banco representaria a primeira etapa de um processo de privatização, e foi alvo de protestos, em todo o Brasil, também na quinta-feira.

Os trabalhadores alertavam para a importância da CEF como gestora dos programas sociais, e que a abertura de capital comprometeria todas essas políticas.

“A Caixa é o banco da habitação, do Minha Casa Minha Vida, do FGTS, do FIES, do Bolsa Família, do crédito rural, do saneamento básico, da aposentadoria. É dos trabalhadores, dos municípios. Da cultura, esporte, saúde, infraestrutura e do desenvolvimento do país. Atua em regiões nas quais bancos privados não têm interesse, por só visarem o lucro. Tudo isso só é possível pelo fato de ser um banco 100% público. Essa vitória não é só dos empregados. É uma vitória do Brasil. E sabemos que só foi possível graças à forte mobilização do Sindicato, ao lado dos trabalhadores, e demais entidades representativas”, comemorou o empregado da CEF e diretor do sindicato, Dionísio Reis.

No ano passado, os trabalhadores já haviam obtido importante vitória, quando o trecho que obrigava empresas públicas a se transformarem em S/A foi retirado da lei que criou o Estatuto das Estatais (Lei 13.303/2016). Em outubro deste ano, outra reunião do CA que também pretendia discutir a abertura de capital da CEF também foi adiada graças à pressão dos bancários.