O Tribunal Regional Federal da primeira região (TRF-1), em Brasília, concedeu liminar (decisão provisória) para adiar os interrogatórios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do filho, Luiz Cláudio, marcados para o dia 30 de outubro na Operação Zelotes.

Os advogados do ex-presidente alegaram que os réus seriam ouvidos antes das testemunhas, o que, para a defesa, fere o andamento legal do processo.

Na decisão que adiou o interrogatório, o desembargador Néviton Guedes , disse que a decisão de marcar o depoimento dos acusados antes das testemunhas “confronta” o Código de Processo de Penal, “sacrificando sem respaldo legal ou constitucional a regra de que o interrogatório do réu, como ato preponderantemente de defesa que é, deva ser o ato derradeiro da instrução penal”.

Lula e seu filho Luiz Cláudio foram denunciados pelo Ministério Público em dezembro do ano passado. O ex-presidente foi acusado pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A denúncia é resultado de investigações sobre compra pelo governo federal de caças suecos e sobre a aprovação no Congresso de uma medida provisória que envolveu incentivos fiscais a montadoras.

De acordo com o MP, os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015, quando Lula, como ex-presidente, teria participado de um esquema para beneficiar empresas junto ao governo Dilma Rousseff.

Por G1, Brasília