Francismar Videira foi preso após ter sido acusado de estupro por menina de 12 anos (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

O cozinheiro Francismar Videira, de 40 anos, preso há quatro dias suspeito de estuprar uma menina de 12 anos, foi liberado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (16), após a adolescente confessar ter mentido em depoimento. A farsa foi descoberta após os pais da jovem desconfiarem da versão contada por ela à policia. Em entrevista à Rede Amazônica, o homem disse que vai processar o Estado.

O caso teria acontecido no dia 11 de outubro. De acordo com a delegada Juliana Tuma, da Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), a menina inventou o estupro para justificar aos pais o motivo de ter voltado tarde para casa.

“Na verdade, ela estava com um namorado de 15 anos que havia conhecido na internet. Não tinha acontecido estupro nenhum, segundo ela”, explicou Tuma.

Videira contou que passou por momentos constrangedores ao ser preso injustamente. “Sou um homem trabalhador que desde os 12 anos trabalha para ajudar a mãe e a família. Aí você acorda às 1h pensando que aquilo era um pesadelo, que acabaria na manhã seguinte, mas continuou”, lamentou.

Segundo o advogado do cozinheiro, André Duarte, o carro citado pela menina na acusação é diferente do carro pertencente ao cliente. O automóvel foi depredado por populares no dia em que ele foi preso.

Carro de cozinheiro foi depredado por populares logo após a prisão (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

Imagens de um posto de gasolina nas proximidades onde o homem trabalha também foram levadas à delegacia para comprovar a inocência, mas não foi o suficiente para liberar o falso acusado.

“Fomos para a delegacia levamos a verdade do que aconteceu naquele dia e as pessoas que estavam com ele. Isto foi ignorado e ninguém foi ouvido na polícia”, comentou Duarte.

À Rede Amazônica, Francismar Videira disse que pretende denunciar o estado pelo erro. “A minha cabeça ainda não voltou ao normal. Ainda vem muitas coisas que ouvi na delegacia e da família, mas eu os perdoo. Perdoo porque a verdade veio à tona e agora estou com a minha família e feliz”, afirmou.

Conforme a delegada Juliana Tuma, o caso foi levado para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai). “Não é porque esta menina não tem 18 anos que não será responsabilizada por este ato infracional análogo ao crime de denunciação caluniosa”, finalizou Tuma.

Entenda o caso

A menina de 12 anos contou que foi rendida por um homem enquanto ia para escola na manhã de quarta-feira (11), no bairro Aleixo, na Zona Centro-Sul de Manaus. A criança foi mantida por mais de seis horas trancada no quarto de uma casa onde foi estuprada, segundo ela.

Francismar Videira foi preso na quinta-feira (12), depois que a vítima ajudou a Polícia Militar a encontrar o local onde teria sido abusada sexualmente.

Segundo a polícia, a menina contou que caminhava em direção à escola municipal onde estuda e foi abordada pelo homem quando passava pelo beco Castro Alves, por volta das 7h. Ela disse ainda que o estuprador estava bebendo com outro homem e a arrastou, pelos cabelos, até uma casa, onde ficou trancada em um quarto do imóvel.

Por volta das 13h, o homem teria retornado e violentado sexualmente a menina, enquanto o segundo homem vigiava o entorno da casa. Depois do crime, de acordo com a versão da adolescente, o homem colocou a menina em um carro e a deixou perto da casa onde mora.

Ela contou o ocorrido para os pais, que acionaram a polícia. Ela indicou aos policiais a casa de Francismar como local do suposto crime. Por volta das 1h30, Videira foi detido e levado para a cadeia.

Por G1 AM