Uma esperança para quem aguarda uma doação de um órgão em Pernambuco: houve um aumento nas doações de órgãos múltiplos em todo o estado neste ano. O rim ganhou destaque, com um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2016, pulando de 174 para 259. Com esses números, Pernambuco ocupa a primeira colocação no Norte e Nordeste no ranking nacional de transplantes. Dos 1.005 pacientes em fila de espera por um órgão ou tecido, 776 aguardam a doação de um rim.

Até agosto, 1.241 órgãos e tecidos foram transplantados em Pernambuco, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram realizados 961 procedimentos. O aumento da doação de rim ficou no segundo lugar no ranking da CT-PE. No primeiro semestre deste ano, uma pesquisa realizada pela Secretaria de Saúde de Pernambuco revelou que Petrolina foi responsável por 60% dos transplantes de coração nos dois primeiros meses de 2017.

Também foram realizados 90 transplantes de fígado (70 em 2016 – aumento de 29%), 696 de córnea (546 em 2016 – aumento de 27%), 147 de medula (137 em 2016 – aumento de 7%), 6 de rim pâncreas, mesmo quantitativo de 2016, além de 2 de válvula cardíaca e 1 de fígado/rim.

Doações em Petrolina

Os números de doações em Petrolina são animadores, mas ainda não é o ideal. Segundo a Coordenadora da Organização de Procura de Órgãos (OPO), Samira Moraes, a cidade possui uma média de 33% de recusa, abaixo de Pernambuco e até mesmo do Brasil. O aumento nas doações impacta diretamente na diminuição na fila de espera de um órgão ou tecido e, consequentemente, na melhor qualidade de vida daquele paciente que precisava da doação.

Apesar das campanhas de conscientização, o assunto ainda gera muitas dúvidas nas famílias dos doadores. Na Organização de Procura de Órgãos de Petrolina, por exemplo, só são realizadas doações em caso de constatação de morte encefálica e é a família quem decide realizar, ou não, a doação dos órgãos da pessoa que veio a óbito. “Para a gente comemorar esses números, sabe-se que uma pessoa morreu. Mas temos que transformar as catástrofes em coisas boas através das doações. Fazer bem acalenta as famílias porque ajudará outras pessoas”, destacou a coordenadora.

No Brasil, a doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada por um parente de até segundo grau. Nos primeiros meses deste ano, 46% das familiares negaram a doação. Das 238 entrevistas realizadas, 129 possibilitaram doações e 109 foram de recusa. “A família precisa saber o desejo da pessoa em vida. É importante que a pessoa fale que quando morrer, quer ser um doador de órgãos porque fica mais fácil para a saúde. A fila está extensa e é demorada, mas está crescendo para tirarmos essas pessoas do sofrimento”, afirmou Samira.

A sede da OPO, em Petrolina, fica no Hospital Dom Malan, localizado na Av. Joaquim Nabuco, S/N – Centro.

por Redação Nossa Voz