Ontem, dia em que o Rio São Francisco completa 516 anos, Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE) subiu à Tribuna do Senado para defender estudo técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que revela viabilidade e vantagens na construção de cinco barragens em rios tributários do “Velho Chico”. Os empreendimentos, de acordo com a equipe de Engenharia do órgão, seriam capazes de aumentar substancialmente o volume de água do São Francisco (que atravessa o pior momento hidrológico da história) com gastos expressivamente menores que os custos estimados para obras como a Transposição do Rio Tocantins.

“É uma alternativa, uma outra visão, que me parece fazer muito mais sentido tanto do ponto de vista ambiental quanto do ponto de vista econômico”, avaliou Fernando Bezerra. Conforme detalhou o senador, os estudos da Codevasf apontam que a construção do sistema de barragens nos rios das Velhas, Paracatu e Urucuia – afluentes do São Francisco no estado de Minas Gerais – demandaria um investimento da ordem de R$ 3 bilhões e resultaria no incremento da vazão do Velho Chico em 420 metros cúbicos de água por segundo.

Já a Transposição do Tocantins para o São Francisco custaria, no mínimo, R$ 12 bilhões (quatro vezes mais) e agregaria uma vazão de, no máximo, 100 metros cúbicos por segundo ao Velho Chico. Ou seja, quatro vezes inferior ao que proporcionariam as novas barragens: três no Rio Paracatu (Paracatu 1, Barragem do Sono e Barragem da Caatinga), uma no Rio das Velhas (Barragem de Santo Hipólito) e mais uma no Rio Urucuia (Barragem Urucuia). Juntas, as cinco barragens acumulariam mais de 9 bilhões de metros cúbicos de água. “Esta é a sugestão que eu quero trazer para o debate, que está sendo realizado em Pernambuco, Minas Gerais e Bahia”, propôs Fernando Bezerra Coelho.