O serviço do Uber chegou em Petrolina e na cidade vizinha Juazeiro, na Bahia. O aplicativo de celular conecta uma pessoa a um motorista particular e, assim, como os táxis, esse serviço cobra bandeira, quilometragem e taxa por minuto parado. A diferença, segundo os usuários, entre as duas categorias, está na qualidade dos serviços e no preço. Nestes dois quesitos, a Uber está bem à frente e é a preferência popular.
Entretanto, de acordo com o Presidente da Associação dos Taxistas de Petrolina, Flávio Amorim, a ‘concorrência é desleal’ tendo em vista que existem desvantagens gritantes por causa do pagamento de impostos, os quais os Ubers são isentos. “A gente tem uma carga tributária muito grande, fiscalizado por um órgão federal, que coordena os valores das corridas”, explicou Flávio. Uma outra vantagem do Uber em cima dos táxis, segundo os usuários, seria o conforto dos automóveis. Quanto a isso, o presidente explica que a cidade possui uma frota quase 100% nova. “Em questão de conforto, não tem o que reclamar”, acrescentou.
Para ele, o uso do aplicativo do Uber pode ser uma opção insegura, pois os motoristas não são devidamente capacitados para exercer a função. “É uma questão de risco e de escolha porque o usuário pode tá se arriscando”, afirmou. Para conseguir se tornar um prestador de serviços na Uber, é preciso se inscrever no site, passar por uma checagem de antecedentes criminais, possuir uma carteira de habilitação que permita trabalhar como motorista profissional, ser dono do próprio carro e atender a vários outros critérios para conseguir trabalhar pelo aplicativo.
Em conversa com a redação do Nossa Voz, o diretor da Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (AMMPLA), Geraldo Miranda, aconselha muita cautela na hora da contratação do serviço, porque toda a solicitação ocorre por um aplicativo de celular, o que, segundo ele, não é uma prática segura. Para o diretor, os serviços de táxis são mais seguros, já que o motorista precisa conseguir um alvará, uma licença especial emitida pela prefeitura.
Operando na cidade desde a semana passada, o Uber ainda não causou grandes impactos para a classe dos taxistas. Muitos usuários têm reclamado da má prestação do serviço, como o cancelamento de viagens e longas esperas. De acordo com o Vice-presidente da Associação dos Taxistas de Petrolina, José Nilton, não houve queda na solicitação de táxis em Petrolina. “Algumas pessoas não confiam [ nos Ubers] porque sabem que o táxi tem identidade. O taxista passa por uma série de processos antes de exercer a função. A questão é que tem muito mito em cima do táxi e acham que uma corrida da Vila Eduardo para o shopping vai dar 50 reais”, explicou.
Em Petrolina, de acordo com Associação dos Taxistas, o valor da bandeira inicial da corrida é de $ 4,25 e o quilômetro rodado custa $ 3,85, quase o mesmo valor de um litro de gasolina.
Gabriela Canário