Às vésperas de repassar o cargo à substituta Raquel Dodge, o procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um grupo da cúpula do PT, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT), além dos ex-ministros Antonio Palocci Filho, Guido Mantega, Edinho Silva e Paulo Bernardo, da presidente nacional do PT senadora Gleisi Hoffmann e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Todos são acusados do crime de organização criminosa.
A denúncia, no âmbito da Operação Lava Jato, foi oferecida dentro de inquérito que apura se o PT desviava dinheiro da Petrobras. Caberá ao ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, notificar os acusados para apresentarem suas defesas e decidir se envia o caso à Segunda Turma do STF, a quem cabe definir se os petistas viram ou não réus pelo crime.
O inquérito é chamado informalmente de “Quadrilhão do PT”, por apurar se pessoas ligadas ao partido participaram de esquema. Nome semelhante foi dado à investigação de peemedebistas ligados a um esquema de desvio de verbas no Rio de Janeiro. “Pelo menos desde meados de 2002 até 12 de maio de 2016, os denunciados integraram e estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República, para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a administração pública em geral”, escreveu Janot, na denúncia.
O procurador-geral destaca que, além do PT, o núcleo político de referida organização era composto também por integrantes do PMDB e do PP, “agentes públicos cujas condutas são objeto de outros inquéritos”. Na sexta, Janot denunciou o “quadrilhão do PP”. O documento, no entanto, está em sigilo. O PMDB é alvo de dois inquéritos, um que apura a participação de deputados e outro de senadores no suposto esquema na Petrobras. Ambas as investigações estão em fase final e Janot deve oferecer denúncia nos próximos dias, antes de deixar o cargo, apurou a reportagem. Ele sai da PGR em 17 de setembro.
*Diário de PE