Titular da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado, Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE) afirmou, ontem, durante reunião deliberativa do colegiado, que o retrato da dificuldade orçamentária que o país ainda enfrenta “é fruto do esforço de botar as contas em dia”. Ao enumerar avanços na área econômica, apesar da escassez de recursos para investimentos em determinados setores, o senador destacou que o governo está “recolocando o Brasil na trajetória do crescimento”, com índices de inflação e juros decrescentes, aumento da produção de grãos, leilões de petróleo e gás e concessões de aeroportos e portos, entre outras medidas.
“Com essa travessia que estamos fazendo, apesar de todas as dificuldades – crise econômica, política, ética – apesar disso tudo e com o esforço do Congresso Nacional aprovando uma agenda correta e necessária para o momento em que o país vive, o Brasil começa a respirar, a se animar, a resgatar a sua confiança”, destacou o vice-líder do governo no Senado. “O país começa, sobretudo, a investir para que possamos ter a volta do emprego, que é tão reclamada por todos os brasileiros, de norte a sul e de leste a oeste”, acrescentou Fernando Bezerra, em contraponto a colocações do senador Jorge Viana (PT-AC).
Para o peemedebista, o país tem aprendido com as lições do passado recente. “É preciso ter cuidado na aplicação dos recursos públicos”, disse Bezerra Coelho.
Ao citar dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho que apontam a possibilidade de mais de um milhão de novos empregos nos próximos 12 meses, o vice-líder ressaltou que “a economia não anda descolada da política”. Na avaliação de Fernando Bezerra, os acertos da Gestão Temer são resultado tanto do esforço da área econômica do governo quanto do setor produtivo e também do empenho do Congresso ao aprovar reformas e medidas necessárias para a estabilização da economia e a retomada do crescimento.
“Aprovamos o teto para os gastos públicos, a flexibilização das leis do trabalho, a nova Taxa de Juros de Longo Prazo”, observou. “É preciso ter diretriz política e agenda política corretas para podermos avançar e colher os frutos que o Brasil já começa a perceber. O mal humor de crescimento negativo e de desemprego começa a passar”, completou o senador.
BANCOS – Também nesta terça-feira, Fernando Bezerra Coelho defendeu que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, atue para resolver o que o senador classificou como “concentração bancária excessiva no Brasil”. Vice-líder do governo na Casa, Fernando Bezerra observou – durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado – que o sistema bancário atual está condensado em cinco bancos que respondem por mais de 90% dos depósitos, movimentações e serviços.
“Não dando espaço a cooperativas de crédito e aos bancos regionais, por exemplo”, argumentou. Para Bezerra Coelho, o Cade e o Banco Central (Bacen) – principais intermediadores financeiros – devem discutir e executar medidas que resultem em “mais equilíbrio” na assistência bancária.
Sabatinado e aprovado pela CAE para o cargo de procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada junto ao Cade, Walter de Agra Júnior respondeu ao senador Fernando Bezerra que, apesar de haver um “conflito histórico” de competências entre o Conselho e o Bacen, “não há motivo para que os dois não colaborem”. Agra Júnior citou o Projeto de Lei (PLS) 350/2015, de autoria do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que atribuiu ao Cade a análise de fusões e incorporações no sistema financeiro.
Postado por Magno Martins