IBGE estima que entre 2042 e 2043 a população brasileira vai atingir seu limite máximo, de 228,4 milhões de habitantes. Em seguida, número de habitantes vai diminuir (Foto: Agência Estadual de Notícias/Divulgação)

O Brasil tem 207.660.929 habitantes, segundo estimativa Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União. A data de referência para o levantamento é 1º de julho. Em 2016, a população do país era estimada em pouco mais de 206 milhões habitantes. Neste período, 25% dos municípios tiveram suas populações reduzidas.

(Correção: O G1 errou ao informar que Belém (PA) e Rio Branco (AC) tiveram redução em suas populações. Na verdade, ambas apresentaram crescimento, respectivamente de 0,43% e 1,69%. Assim, ao contrário do informado, nenhuma das capitais brasileiras teve queda no número de habitantes com base nas estimativas divulgadas pelo IBGE. A informação foi corrigida às 11h58).

O crescimento de 2016 para 2017 foi de 0,77% (cerca de 1,6 milhão de pessoas a mais). De acordo com o IBGE, a taxa de crescimento populacional vem desacelerando nos últimos anos. No período de 2015 a 2016, a taxa de crescimento foi de 0,80%. A razão principal da redução no ritmo de crescimento, segundo o instituto, é a queda na taxa de fecundidade.

Segundo o IBGE, para 2017, a projeção mostra que a taxa de fecundidade era de 1,67 filho por mulher, a taxa bruta de mortalidade era de 6,15 mortes por mil habitantes e o saldo migratório (pessoas que entraram menos as que saíram do país) foi de 8.304 pessoas.

Com base no levantamento, o IBGE aponta que projeção demográfica daqui a 26 anos (entre 2042 e 2043) é de que a população brasileira vai atingir seu limite máximo, estimado em 228,4 milhões. Em seguida, deverá decrescer.

 

Gráfico mostra a evolução da população no país (Foto: Editoria de Arte/G1)

 

 

Segundo o IBGE, pouco mais da metade da população brasileira (56,5% ou 117,2 milhões de habitantes) vive em apenas 5,6% dos municípios, que são aqueles com mais de 100 mil habitantes.

São Paulo permanece como o estado mais populoso, com 45.094.866 habitantes, seguido de Minas Gerais, com 21.119.536, e Rio de Janeiro, com 16.718.956. O estado com a menor população é Roraima, que tem 522.636 habitantes.

Dentre os 5.570 municípios brasileiros, apenas 17 têm população superior a 1 milhão de pessoas, somando 45,5 milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil. São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,1 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 6,5 milhões de habitantes, Brasília e Salvador, com cerca de 3 milhões de habitantes cada.

Se desconsideradas as capitais, os dez municípios mais populosos do país são Guarulhos (SP), Campinas (SP), São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ), São Bernardo do Campo (SP), Nova Iguaçu (RJ), Santo André (SP), São José dos Campos (SP) Osasco (SP), e Jaboatão dos Guararapes (PE).

Serra da Saudade, em Minas Gerais, é o município brasileiro com a menor população – apenas 812 habitantes. O segundo menor município em termo populacional é Borá, em São Paulo, com 839 habitantes. Araguainha, no Mato Grosso, com 931 habitantes, completa os três municípios do país que têm menos de mil habitantes.

População diminuiu em 1 entre cada 4 municípios

O IBGE destacou que quase ¼ (25%) dos municípios tiveram suas populações reduzidas entre 2016 e 2017. Esta tendência ocorreu, principalmente, no grupo de municípios com até 20 mil habitantes (32,5% ou 1.236 municípios).

“ Há uma tendência de deslocamento das pessoas que moram em pequenos municípios para cidades maiores em busca de melhores condições de vida e melhor acesso à educação e ao emprego”, explicou a pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Izabel Marri.

Os quatro municípios que apresentaram a maior redução da população entre 2016 e 2017 foram Caatiba (-21,93%), na Bahia, Altamira do Maranhão (-20,96%) e Brejo da Areia (-16,74%), ambos no Maranhão, e Itanagra (-16,27%), também na Bahia.

Estes quatro municípios, no entanto, sofreram alteração de limites com municípios vizinhos. O IBGE destacou que “os remanejamentos populacionais, devido a alteração de limites territoriais entre municípios, podem afetar sobremaneira a taxa de crescimento populacional entre dois anos”.

O município de Severiano Melo, no Rio Grande do Norte, foi o único com redução da população em mais de 10% (-10,44%) sem que tenha sofrido alteração nos seus limites com outros municípios.

O levantamento mostrou também que em mais da metade dos municípios as taxas de crescimento populacional foram inferiores a 1%. Em apenas 258 municípios (4,6% do total) o aumento foi igual ou superior a 2%.

O IBGE destacou ainda que os municípios com população entre 100 mil e 1 milhão de habitantes tiveram a maior proporção de municípios com crescimento acima de 1%. Dez dos 17 municípios com mais de 1 milhão de habitantes tiveram taxas de crescimento entre 0,5% e 1% ao ano.

O levantamento apontou que a diminuição de habitantes ocorre com mais frequência na região Sul, enquanto no Norte e o Centro-Oeste estão as maiores proporções de municípios com taxas de crescimento acima de 1%.

Veja a população por unidade da Federação

Unidade da Federação

Estimativa em 2017

Variação ante 2016 (em %)

Acre

829.619

1,58

Alagoas

3.375.823

0,5

Amapá

797.722

1,97

Amazonas

4.063.614

1,55

Bahia

15.344.447

0,44

Ceará

9.020.460

0,63

Distrito Federal

3.039.444

2,09

Espírito Santo

4.016.356

1,07

Goiás

6.778.772

1,24

Maranhão

7.000.229

0,66

Mato Grosso

3.344.544

1,18

Mato Grosso do Sul

2.713.147

1,15

Minas Gerais

21.119.536

0,58

Pará

8.366.628

1,14

Paraíba

4.025.558

0,65

Paraná

11.320.892

0,7

Pernambuco

9.473.266

0,67

Piauí

3.219.257

0,22

Rio Grande do Norte

3.507.003

0,5

Rio Grande do Sul

11.322.895

0,92

Rio de Janeiro

16.718.956

0,32

Rondônia

1.805.788

1,04

Roraima

522.636

1,63

Santa Catarina

7.001.161

1,31

São Paulo

45.094.866

0,77

Sergipe

2.288.116

0,99

Tocantins

1.550.194

1,13

Fonte: IBGE

Capitais

Segundo o IBGE, o conjunto das 27 capitais totaliza 49,4 milhões de habitantes, representando 23,8% da população do país. A maior taxa de crescimento geométrico entre as capitais, no período 2016-2017, foi a de Palmas (2,48%) e a menor, a de Porto Alegre, (0,26%).

Veja a população por capitais

Capitais

População

Rio Branco (AC)

383.443

Maceió (AL)

1.029.129

Manaus (AM)

2.130.264

Macapá (AP)

474.706

Salvador (BA)

2.953.986

Fortaleza (CE)

2.627.482

Brasília (DF)

3.039.444

Vitória (ES)

363.140

Goiânia (GO)

1.466.105

São Luís (MA)

1.091.868

Belo Horizonte (MG)

2.523.794

Campo Grande (MS)

874.210

Cuiabá (MT)

590.118

Belém (PA)

1.452.275

João Pessoa (PB)

811.598

Recife (PE)

1.633.697

Teresina (PI)

850.198

Curitiba (PR)

1.908.359

Rio de Janeiro (RJ)

6.520.266

Natal (RN)

885.180

Porto Alegre (RS)

1.484.941

Porto Velho (RO)

519.436

Boa Vista (RR)

332.020

Florianópolis (SC)

485.838

Aracaju (SE)

650.106

São Paulo (SP)

12.106.920

Palmas (TO)

286.787

Fonte: IBGE

Metodologia

De acordo com o IBGE, a população de cada município brasileiro foi estimada por meio de um procedimento matemático. Tais estimativas são o resultado da distribuição das populações dos estados, projetadas por métodos demográficos, entre seus diversos munícipios.

O método de cálculo baseia-se na projeção da população estadual e na tendência de crescimento dos municípios, delineada pelas populações municipais captadas nos dois últimos Censos Demográficos (2000 e 2010). As estimativas municipais também incorporam alterações de limites territoriais municipais ocorridas após 2010.

As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos. A divulgação anual obedece ao artigo 102 da Lei nº 8.443/1992 e à Lei complementar nº 143/2013.

Por Daniel Silveira, G1